A inovadora linha de smartphones BlackBerry que a Research In Motion vai formalmente apresentar na quarta-feira já foi bem-sucedida em um objetivo crucial – trazer a RIM de volta para os assuntos do dia. O novo BlackBerry 10 criou alarde entre observadores do setor de tecnologia e analistas financeiros, graças a características elegantes que podem diferenciá-lo num mercado abarrotado de smartphones.
O papel da RIM quase triplicou ao longo dos últimos quatro meses devido a esperanças de que o aparelho possa restaurar a RIM à prosperidade sustentada.
Críticos elogiaram a velocidade do navegador e o teclado intuitivo na nova tela sensível a toque da RIM. Uma característica chamada BlackBerry Balance, que armazena dados pessoais e corporativos separadamente, pode ajudar a RIM a reconstruir sua tradicional base de clientes composta por grandes negócios.
É um início bem vindo para a RIM, a pioneira de smartphones que tem caminhando na beira da irrelevância. Mas o sucesso virá apenas se clientes nos segmentos empresarial e de consumidores abraçarem a nova tecnologia nas semanas e meses após o presidente-executivo, Thorsten Heins, apresentar o celular num pomposo lançamento em Nova York.
A RIM está apostando sua sobrevivência no muitas vezes adiado BlackBerry 10, esperando conquistar o seu retorno numa indústria atualmente dominada pelo iPhone, da Apple, e pelo Galaxy, da Samsung. O momento pode ser perfeito. O novo celular chega às prateleiras ao mesmo tempo em que o memorável desempenho do iPhone dá sinais de desaceleração.
“Eu realmente acredito que o mercado de consumidores como um todo está pronto para algo novo”, disse o chefe de mobilidade da Strategy Analytics, uma empresa de consultoria industrial, Kevin Burden.
“Eu tenho de acreditar que há algum nível de fadiga de usuários que afeta a longevidade de algumas dessas plataformas”, acrescentou, referindo-se ao Android, do Google, e ao iOS, da Apple, que existem há mais de cinco anos. “A RIM provavelmente está a agir no momento certo”.