Descubra, esta Quinta-feira, a partir das 18horas, na Associação Cultural Kulunguane, anexa à estação dos Caminhos-de-ferro de Maputo, os temperamentos do Jazz Music vividos pelo fotógrafo-mor moçambicano, Ricardo Rangel.
Uma exposição fotográfica – que reporta todas as épocas da vida de Rangel vividas intensamente com os seus amigos do Jazz Music – será o ponto de encontro dos nostálgicos, saudosistas, amigos, familiares e admirados do artista no fim da tarde de hoje.
Para os que acreditam na predestinação, o malogrado fotógrafo-mor moçambicano, Ricardo Rangel podia, de um ou de outra forma, ter-se tornado ímpar naquela secção das artes visuais. No entanto, há que se sublimar o facto de o referido criador da imagem, já no tempo colonial, estimasse “sair à rua e fotografar, mesmo sabendo que o sistema colonial estava atento a tudo e a todos”.
O seu alto sentido documental em relação à fotografia instigou-lhe a procurar formas de, não somente, captar as melhores imagens, como também de engendrar mecanismos de preservá-las. Foi assim que Rangel construiu através da sua câmera fotográfica parte importante da memória colectivas dos moçambicanos.
Na sua nota de imprensa – em nosso poder – os mentores da iniciativa considera que “Rangel era muito mais do que um grande fotógrafo. Ele legou-nos uma preciosa lição de vida, em que os valores eram a dignidade, o sentido de justiça a boa harmonia e interacção entre os seres humanos, a consideração para com os outros, independentemente de raça ou religião”.
No entanto, porque não se pode falar de um amante de Jazz num eterno silêncio, a organização da mostra convidou a orquestra de Jazz de Maputo, liderada pelo seu amigo, o professor Orlando da Conceição, para actuar ao vivo no local da exposição. Acredita-se que será uma forma de recordar algumas das canções ensaiadas e executadas pelo homenageado.
Mais importante ainda a mostra irá revelar, como se acredita, não somente “a forma como Ricardo Rangel viveu intensamente o Jazz”, ao mesmo tempo “que conviveu com as suas grandes figuras históricas”, o seu papel na divulgação daquele género musical neste País da Marrabenta e sobretudo na criação e dinamização de espaços culturais em que se cultivasse o estilo. Por fim, o seu encorajamento aos artistas para a criação de agrupamentos de Jazz em Maputo.