Quadros seniores do Ministério da Defesa Nacional (MDN) receberam em audiência esta sexta-feira (12), em Maputo, uma delegação da Renamo para juntos discutirem “a situação política do País”, e no final do prometeram encaminhar ao Governo as preocupações apresentadas pelo maior partido da oposição.
A delegação da Renamo, composta por três membros, nomeadamente, Jeremias Pondeca, Elisa Silvestre e Saimone Macuiane, este último na qualidade de chefe, levaram à mesa de debate questões ligadas à “postura de Governo em relação aos compromissos de Roma, à necessidade urgente de diálogo entre o partido Renamo e o Governo, à actual Lei Eleitoral, aprovada sem consenso pela Assembleia da República”.
“Nós explicámos que esta Lei Eleitoral não está em condições de ser usada em benefícios de todos os partidos políticos de Moçambique”, disse Saimone Macuiane, ajuntado que “não pode haver, no mesmo jogo, uma equipa que joga com 15 jogadores enquanto a outra joga com dois”.
No encontro, que durou cerca de cinco horas, foram também levantadas questões relativas aos acontecimentos de Muxúnguè. Entretanto, os mandatários do Ministério da Defesa Nacional, sem nenhuma competência política, não puderam responder cabalmente às questões colocadas pela delegação da Renamo, tendo, por isso, prometido remetê-las ao Governo.
“Respondemos algumas questões que eles apresentaram, mas de um modo geral há questões de natureza política sobre as quais os militares não podem responder, tal é o caso da Lei Eleitoral”, disse, Cristóvão Chume, director nacional de Política de Defesa e porta-voz da delegação do MDN.
A delegação do MDN não pôde responder, também, sobre os acontecimentos de Muxúnguè, porém, recomendou à Renamo no sentido de parar com “acções que possam perigar a paz em Moçambique.”
Sobre a alegada partidarização das Forças Armadas de Defesa Nacional, uma questão também discutida no encontro, Chume disse ter explicado com factos e argumentos que estas são apartidárias. “Nós vivemos num clima de camaradagem e amizade dentro das forças armadas”, disse o militar adicionado que “nós pedimos à Renamo para deixar de lado as Forças Armadas para que estas possam fazer o seu trabalho.”
Este militar explicou ainda que em relação às forças de defesa nacional que eventualmente se encontrem em Santungira, a Renamo não se deve preocupar, pois é dever destas garantir a defesa dos interesses nacionais em todo o território nacional.