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Residentes de Chamanculo “abanam” secretário do bairro

Mais de 13 mil moradores de Chamanculo “D”, em Maputo, estão indignados com o secretário do bairro, Artur Funana, por este ter coordenado com a edilidade, à sua revelia, a construção de um esgoto para fezes no campo de Zixaxa, o qual devia servir os habitantes de várias zonas da capital do país. O projecto é do município e foi chumbado pela população que o considera um perigo à saúde pública.

No sábado passado, 15 de Fevereiro, houve uma reunião entre os habitantes e o secretário do bairro mas as partes não chegaram a nenhum consenso sobre a construção ou não da referida cavidade subterrânea para a deposição de dejectos.

Entretanto, na segunda-feira (17), logo pela manhã, o “ronco” de máquinas preparadas para materializar o projecto despertaram a população, a qual ficou estupefacta com o facto de a pessoa que lhe representa ter ignorado as suas objecções em relação ao empreendimento. Houve excessos na troca de palavras, gerou-se um ambiente de cortar à faca, e os ânimos subiram, tendo sido necessária a intervenção da Polícia para restabelecer a ordem.

O terreno no qual a fossa devia ser edificada está reservado à prática de actividades desportivas e exercícios físicos, por isso, os moradores não pretendem, de forma alguma, que o bairro perca aquele espaço.

De pés juntos, os habitantes de Chamanculo “D” defendem que o sítio é inadequado para nele se construir um esgoto. Para além de outras infra-estruturas, nas proximidades há domicílios e barracas que confeccionam alimentos.

Agastada com a situação, a população dirigiu-se à sede do bairro para exigir esclareciments em torno da viabilidade do projecto numa área residencial, contudo, o líder da zona, Artur Funana, mostrou-se indiferente e, segundo os habitantes, teria proferido palavras que não foram do agrado da maioria.

Sem meias-palavras, o grupo recorreu à força para paralisar as obras. Começava, deste modo, um braço-de-ferro e uma troca de acusações entre as apartes. Em seguida, os habitantes submeteram uma queixa na 10ª esquadra e a Polícia fez-se ao local para embargar a obra.

Não foi possível ouvir o Conselho Municipal da Cidade de Maputo sobre este assunto, supostamente porque a pessoa indicada para o efeito andava ausente. Entretanto, os residentes exigem que Artur Funana seja afastado por não haver dúvidas de que não está habilitado a defender a causa das pessoas que lidera.

Num outro desenvolvimento, Elisa Tivane, chefe adjunta do quarteirão 3, afirmou que não houve uma consulta pública abrangente sobre a necessidade de se construir uma fossa para excrementos humanos no Chamanculo “D”; apenas um grupo de elementos da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) da zona foi ouvido.

Por sua vez, o visado considerou que na comunidade há agitadores e políticos de algum partido da oposição. Na sua opinião, essas pessoas estão contra o projecto em causa. Para Artur Funana, é incompreensível a agitação da população porque ela está a ser auscultada desde o ano passado sobre o mesmo assunto e nas nove reuniões realizadas ninguém se manifestou contra o empreendimento.

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