Enquanto os governos do Egito (do antigo ditador Hosni Mubarak) e Camarões, destacam-se por fechar o acesso à Internet, o grupo Repórteres Sem Fronteiras divulgou um novo relatório expondo outros países onde o acesso online também está em risco. O relatório foi divulgado no Dia Mundial Contra a Ciber-Censura.
O Repórteres Sem Fronteiras criou uma lista atualizada dos governos, desde a Austrália ao Uzbequistão, que estão restringindo ou censurando a Internet. A lista atualizada de “Inimigos da Internet” inclui: Burma, China, Cuba, Irã, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Síria, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnam. Burma, por exemplo, entrou na lista depois que o governo tomou medidas drásticas em 2010, para reorganizar a Internet do país e armar-se de meios para cortar o acesso da sua população na Internet, sem afetar as conexões oficiais.
Uma lista de “Países sob Vigilância” inclui Austrália, Bahrein, Belarus, Egito, Eritreia, França, Líbia, Malásia, Rússia, Coreia do Sul, Sri Lanka, Tailândia, Tunísia, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.
A Austrália está na lista porque o governo não abandonou seu plano perigoso de filtrar o tráfego online, mesmo que isso seja difícil de acontecer sem a aprovação parlamentar. “Um em cada três usuários da Internet no mundo não têm acesso a uma Internet sem restrições”, disse o secretário-geral do Repórteres Sem Fronteiras, Jean-François Julliard. “Cerca de 60 países censuram a internet, em diferentes graus e intimidam os internautas. P
elo menos 119 pessoas estão atualmente na prisão apenas por usar a Internet para expressar suas opiniões livremente. Estes números são preocupantes”. O potencial da Internet em divulgar informações assusta os governos e torna menos eficaz a censura tradicional. Em muitos países, as autoridades estão tentando usar a Internet para fazer propaganda oficial e aumentar o controlo sobre os cidadãos.
Por exemplo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na televisão que “a Internet não pode ser algo aberto, onde tudo pode ser feito e dito. Não, cada país tem que impor as suas regras e regulamentos”.