A Renault vai repatriar parte da produção de alguns modelos do Clio, atualmente fabricado na Eslovênia, para a França, em resposta à forte demanda, uma medida que o governo francês apresentou como um sucesso de seu plano de apoio ao setor automobilístico.
O secretário de Estado para a Indústria, Luc Chatel, comemorou nesta sexta-feira esta repatriação da produção para Flins, perto de Paris, dando-lhe uma dimensão política, algumas semanas após uma controvérsia entre Paris e alguns países do Leste Europeu sobre a transferência da produção de automóveis.
O construtor francês destacou, ao contrário, o caráter “industrial” desta decisão, visando a responder temporariamente a uma demanda crescente por seus modelos menores. O presidente Nicolas Sarkozy afirmou que a Eslovênia não perderá nenhuma vaga em decorrência desta decisão.
O primeiro-ministro esloveno, Borut Pahor, que abordou o assunto com o dirigente francês durante a Cúpula da UE em Bruxelas considerou a decisão “absolutamente normal”, dizendo que continua “muito prudente sobre as eventuais medidas protecionistas”.
A Comissão Europeia decidiu pedir explicações às autoridades francesas sobre o anúncio, que parece em “contradição total” com os compromissos assumidos por Paris relacionadas às ajudas ao setor automobilístico não estarem condicionadas à localização da produção na França. Em resposta a estas interrogações, a Renault afirmou que a decisão é somente destinada a resolver um problema de capacidade de produção na Eslovênia.
“Esta decisão não representa uma transferência da produção, mas um aumento da produção na fábrica de Flins”, na região parisiense, indicou a Revoz, filial eslovena da Renault em comunicado.