A delegação da Renamo, no diálogo político com o Governo de Moçambique, apresentou, na sexta-feira (14), à sua contra-parte, os termos de referência para a integração de fiscais nacionais e internacionais no debate sobre o processo de cessar-fogo no país.
No documento, ainda a ser analisado pelo Governo, a Renamo disse ter proposto a integração de personalidades de país da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), da União Europeia e os Estados Unidos da América. A Renamo inidcou países como Africa do Sul, Botswana, Zimbabwe e Itália, segundo o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane.
Saimone Macuiane frisou, no entanto, que o documento apresentado está aberto para que, em caso de haver consenso, sejam integrados outros países ou entidades. Sobre os termos de referência, a delegação do Governo disse ter recebido o documento e que irá analisa-lo. Até segunda-feira (14) este poderá apresentar a sua posição.
“Nós como governo vamos proceder a análise nas próximas horas ou dias e esperamos que na próxima semana possamos trazer uma posição em relação a isso”, disse o chefe substituto da delegação doGoverno, Gabriel Muthisse.
Com a presença de figuras estrangeiras nesse processo, a Renamo tem em vista garantir que após o consenso sobre o cessar-fogo, as partes envolvidas não possam violar o acordo. Espera ainda que o exército governamental que, actualmente, se encontra em conflito com os homens seus homens, possa regressar aos quartéis e permitir a livre circulação de cidadãos no território nacional, nos termos que a lei preconiza.
Ele disse que quer também garantir a realização de eleições livres, justas e transparente. No entanto, outra matérias deverão ser debatidas nas próximas sessões especificamente as relacionadas com a constituição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
O Governo disse ter já percebido que a Renamo não está confortável com algumas matérias relacionadas com o exército moçambicano e está disposto a discutir os assuntos que inquietam o partido em sede de diálogo.
“Governo sente que a Renamo não está confortável com o processo de passagem à reserva de alguns oficiais das Forças Armadas. Não está confortável, também, com a equidade. Mas são questões que ainda devem ser discutidas, pois de uma forma geral a Renamo não está confortável com a matérias que dizem respeito a FADM”.
Entretanto, a Renamo pretende que se constitua o que chama de “exército e polícia republicanos”, que no seu entender é significa serem apartidários. “Não queremos um exército que se um partido ganhar as eleições pode ser usado para hostilizar o partido que não ganhou”, explicou o membro da Renamo.