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Renamo não revela o número de seus homens e o diálogo político volta a cair num impasse

O Governo e o partido Renamo voltaram a desentender-se nesta segunda-feira (03) no decurso da 83ª do diálogo político em relação à desmilitarização e reintegração das forças residuais do maior partido de oposição em Moçambique nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM), bem como para a inserção social e económica daqueles que não possuírem aptidões físicas ou psíquicas para o efeito.

Por um lado, o Executivo exige que o partido liderado por Afonso Dhlakama revele quantos homens tem com vista a serem desmilitarizados e reintegrados económica e socialmente. Por outro lado, a Renamo nega, faz uma contra-exigência e pede ao Governo para que também apresente o modelo de reintegração.

Há dias que as partes debatem o mesmo assunto e não alcançam consenso, o que significa que o avanço que o diálogo político registava, desde a assinatura do segundo acordo de cessar-fogo, a 05 de Setembro de 2014, entre o Presidente da República Armando Guebuza e o líder da Renamo Afonso Dhlakama, está em “banho-maria”.

Terminantemente, a Renamo voltou a recusar tornar público o número dos seus guerrilheiros com vista a serem reintegrados no Exército e na Polícia. A “Perdiz” alega que a exigência do Executivo não tem relevância neste momento porque não apresentou o modelo a ser seguido para o efeito. Aliás, o chefe da delegação da Renamo no diálogo político, Saimone Macuiana, disse que tal imposição da contraparte viola a alínea “h” do acordo assinado no dia 05 de Setembro deste anos entre Guebuza e Dhlakama.

Saimone Macuiana, considerou que o Governo não está a responder à preocupação colocada pelo antigo movimento rebelde em Moçambique, que diz respeito aos passos a serem obedecidos para a reintegração e limita-se a exigir os nomes e o número dos homens do partido.

Segundo o chefe da delegação da Renamo, a apresentação do modelo de enquadramento e reintegração é fundamental para o avanço do diálogo. “Há necessidade de termos o modelo de enquadramento e integração. E isso deve ficar claro, o critério e modelo são coisas muito distintas, portanto, sendo assim, o Governo não está preocupado em responder à nossa preocupação. E nós a Renamo consideramos que a aprovação do modelo de enquadramento e integração é fundamental para as fases subsequentes, que têm a ver com a reintegração dos quadros da Renamo na PRM, nas FADM, e no Serviço de Informação e Segurança de Estado (SISE). Portanto, nós da Renamo entendemos que, sem com aprovação desse modelo não haverá avanços para qualquer outro assunto”.

Por seu turno, o chefe da delegação do Governo e ministro da Agricultura, José Pacheco, apelou para que a Renamo apresente a lista dos seus homens no sentido haver avanço no diálogo político.

Refira-se que, o Governo tem como proposta 300 vagas para a reintegração e enquadramento dos homens da Renamo, mas este partido disse que não sabe como tais lugares foram encontrados porque nunca se pronunciou sobre este assunto.

Na 83ª ronda, as partes disseram que os membros da Equipa Militar de Observadores Internacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) já se instalaram nas províncias de Inhambane, Sofala, Tete e Nampula para o início do processo de desmilitarização e enquadramento dos homens da Renamo.

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