O maior partido da oposição a Renamo ameaçou responder, por meios que não especificou, a qualquer tentativa de forçá-la a proceder à entrega do município de Nacala.
A advertência foi feita no dia em que o Conselho Constitucional validou os resultados que confirmaram a queda do último reduto de poder autárquico renamista. Tal como foi denunciado na altura, o Conselho Constitucional confirma terem- se registado irregularidades na segunda volta da corrida para a presidência municipal de Nacala Porto.
Todavia, aquele órgão aponta que os resultados finais não terão sido postos em causa pelas anomalias identificadas. De entre as quais, destaca-se o elevado número de votos nulos, pouco mais de dois mil, deliberadamente invalidados através do uso de esferográfica ou de tinta indelével colocada sobre boletins de voto.
Esta é uma conclusão, diga-se, a que também já haviam chegado missões independentes de observadores, mas que contraria a da Renamo, que por não concordar com os resultados então anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, interpusera recurso junto do Conselho Constitucional.
Rui Baltazar, Presidente do Conselho Constitucional esclareceu que no processo de requalificação dos votos, a Comissão Nacional de Eleições validou 464 a favor do candidato da Renamo, Manuel dos Santos, e 152 votos favor do candidato Chale Ossufo, da Frelimo, ficando nulos 1730 votos.
Considerando os votos que separam os candidatos, em número de 4.119, e os resultados da requalificação dos votos nulos, o Conselho Constitucional considera vencedor o candidato da Frelimo. A Renamo porém disputa o posicionamento do Conselho Constitucional e reitera que não pretende proceder à entrega do município de Nacala-Porto.
A cidade constituía a última esperança daquela formação política de se manter no mapa de governação autárquica, ora dominado pela Frelimo.