A Renamo denunciou, esta Segunda-feira (05), na província de Nampula, uma alegada inscrição clandestina dos seus ex-guerrilheiros, uma acção supostamente levada a cabo pelos grupos dinamizadores dos bairros a mando do partido Frelimo. Porém, esta declina a acusação.
O chefe dos desmobilizados da Renamo, Filipe Ginava, disse em conferência de imprensa que não conhece as reais intenções do aludido registo que decorre às escondidas, desde a semana passada, através dos secretários dos bairros e chefes dos quarteirões na cidade de Nampula e arredores.
“A Renamo não sabe o que poderá estar por detrás deste registo clandestino dos nossos quadros. Se um desmobilizado perder a vida em circunstâncias estranhas poderemos atribuir as culpas ao partido Frelimo”, disse.
Segundo as palavras daquele membro do maior partido de oposição no país, os ex-guerrilheiros da Renamo são recenseados a partir das suas residências. Este processo iniciou poucos dias depois de Afonso Dhlakama ter deixado a cidade de Nampula, onde residia desde 24 de Janeiro de 2010, para viver nas matas de Corongosa, província central de Sofala.
Uma parte dos desmobilizados da Renamo esteve, na manhã desta segunda-feira, reunida na sede provincial daquela formação política, localizada na Rua Armando Tivane, bairro dos Poetas na cidade de Nampula, sob a liderança de Gabriel Mutiza e Rodrigues Murateke, chefes da secção de efectivos e do grupo dos desmobilizados, respectivamente. No encontro acordou-se inviabilizar o pretenso registo dos seus membros.
Neste contexto, Francisco Ampuia, primeiro secretário do Comité da cidade de Nampula do partido Frelimo, negou que haja um censo abrangendo os ex-guerrilheiros da Renamo.
“Não estamos a registar nenhum ex-guerrilheiro da Renamo, mas sim, os nossos membros. Antes do Décimo Congresso tínhamos 53.875 membros e neste momento contamos com 58.910”, disse e acrescentou que até Dezembro próximo espera atingir 60.311 membros.
