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Renamo acusa STAE de dificultar seu trabalho de fiscalização

A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, acusa o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de dificultar o acesso a dados sobre o mapeamento das cerca de 12.500 Mesas das Assembleias de Voto que vão funcionar em todo o país no dia 28 deste mês. Assim, esta força política pede mais transparência na gestão dos processos eleitorais. Estas acusações foram apresentadas na quinta-feira, em Maputo, pelo mandatário de candidaturas da Renamo, Saimone Macuiane, durante a cerimónia de apresentação do software de apuramento dos resultados das eleições da próxima semana.

Macuiane disse que a Renamo solicitou a informação sobre o funcionamento das mesas de voto e mapeamento dos cadernos eleitorais há muito tempo e não teve ainda resposta. “Se não temos estes dados até agora, que estamos a seis dias da votação, quando é que esses dados vão chegar?

Nós já devíamos ter enviado esses dados às províncias para facilitar o controlo das eleições”, referiu. “Não é correcto dificultar a entrega dos dados que facilitem os partidos de controlar o processo. Pedimos mais transparência e que os órgãos eleitorais evitem criar penumbras ao longo do processo”, acrescentou.

Na ocasião, a Renamo queixou-se do facto de alguns presidentes das mesas das assembleias de voto não aceitarem entregar os editais aos delegados de candidaturas dos partidos políticos. Sobre o assunto, o director de organização de processos eleitorais no STAE, Mário Ernesto, explicou que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) emitiu uma directiva a ordenar os membros das mesas das assembleias de voto para facultarem os editais aos delegados de candidatura. “Tudo isto está escrito e é parte do código de conduta.

Os partidos políticos devem conhecer os seus direitos e estar nas mesas das assembleias para exigir esses direitos”, defendeu. Ernesto reconheceu o atraso na entrega dos dados solicitados pelos partidos políticos, no caso concreto a Renamo, e considera serem erros de percurso. “As tarefas são tantas e o tempo é curto e não se consegue fazer tudo a tempo.

Nós não somos uma máquina infalível, há erros ao longo do percurso. Nós temos todos os dados disponíveis e podem ir buscar no STAE”, disse ele acrescentando que “mesmo sem estes dados os partidos políticos podem controlar as eleições”.

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