O coordenador interino da Renamo, Ossufo Momade, disse na segunda-feira (24), em oposição ao Presidente da República, Filipe Nyusi, que o “Estado da Nação é mau” e não há condições para ser “estável e inspirar confiança” aos moçambicanos. Ele acusou ainda a Frelimo e o Governo de atrasarem o processo das negociações, porque, supostamente, não estão interessados com a “paz e a reconciliação nacional”.
Segundo o general, o “Estado da Nação é mau”, porquanto “não há esclarecimento das dívidas inconstitucionais” contraídas no altura em que Armando Guebuza era Chefe do Estado, nem há responsabilização dos indivíduos que orquestraram as referidas dívidas, pese embora o dinheiro tenha sido alegadamente desviado para fins particulares.
Sem medidas concretas para acabar com os ataques e assassinatos a civis e cidadãos indefesos em Cabo Delgado, o Estado da Nação jamais será estável e inspirar confiança, mormente quando a justiça é forte para os fracos e fraca para “dirigentes e amigos da Frelimo”.
Um país cujo grosso das crianças ainda sofre de desnutrição aguda, outras milhares estudam de baixo das árvores e sentadas no chão e a maioria da população não tem acesso a água potável, não é estável e não inspira confiança, disse Ossufo Momade.
Falando a jornalistas baseados em Maputo, através da teleconferência, o coordenador interino da Renamo afirmou que o acesso à energia continua a ser uma miragem para a maioria dos moçambicanos e o custo de vida, “agravado pelas dívidas ilegais”, está cada vez mais insuportável.
“Há várias razões para não concordarmos com a informação anual”, proferida por Filipe Nyusi, disse o político, ajuntando que “a alternativa à democracia é a própria democracia”.
Ele salientou que se o Presidente da República e o seu Governo pretendem, de facto, consolidar a unidade nacional e a paz, “devem deixar de fazer demagogia e não enganar a sociedade. O comportamento de camaleão [nas negociações para a paz] só prejudica” o país e “cria um ambiente de conflito permanente”.
