Mussa Gabriel, morador do Quarteirão 1º de Maio, Bairro de Ratane, na estação ferroviária de Meconta e representante distrital do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), está em tratamento ambulatório, depois de ter sido vítima de espancamentos perpetrados por membros da Renamo.
O incidente ocorreu na manhã da última Quinta-feira, 2 de Julho, quando, doze elementos, encabeçados por um tal Inácio Barrote, antigo guerrilheiro da Renamo, com estatuto de major, e recém-nomeado chefe da comissão distrital, se introduziu na residência daquele politico para, alegadamente, pressioná-lo a deixar de “arrastar” membros da Renamo para as fileiras do seu partido.
A vítima que, na altura, padecia de malária, conta que os “renamistas” invadiram, intempestivamente, a sua casa, e o dito Barrote, não lhe dando sequer tempo para qualquer pronunciamento, pôs-se a injuriá-lo e, depois, agrediu-o com fortes golpes na cabeça e parte da bacia. Depois de espancar o delegado Mussa Gabriel, o grupo dirigiu-se à sede do seu partido, onde arrancou o mastro que ostentava a bandeira do movimento liderado por Daviz Mpepo Simango, que exerce, cumulativamente, o cargo de presidente do Conselho Municipal da cidade da Beira, em Sofala.
Porém, embora o comandante da PRM, Júliao Aissa se tenha escusado a falar telefonicamente sobre o assunto, alegando estar longe do seu posto de serviço, o Wamphula fax foi informado que alguns dos supostos autores destes desacatos foram já recolhidos aos calabouços, à excepção, entretanto, do chefe da equipa que se encontra foragido.
O grupo dos detidos é composto por cinco indivíduos, entre os quais uma mulher de idade avançada, que desempenha as funções de chefe da Liga Feminina da Renamo, naquele distrito. A partir da cadeia distrital de Meconta, a nossa reportagem dialogou com Afonso José Bolacha, delegado de lista do Posto de Recenseamento Eleitoral nº 220, e Alzira Amisse ( única mulher), que confirmaram que a aderência, em massa, dos membros da “perdiz” ao MDM esteve na origem do crime.
Segundo constatamos, os encarcerados, cujos parentes estão desprovidos de quaisquer recursos, estão privados de visitas. São 10 meticais que cada visitante tem de pagar para dialogar com um familiar . Manuel Bolacha, vulgarmente conhecido por Muene Muinano, diz ter gasto, de Sexta-feira até ontem, 40 meticais no pagamento aos agentes correcionais locais para poder visitar um dos parentes detidos.
A avaliar pelo ambiente político que se vive em Meconta, sobretudo entre Renamo e MDM, leva alguns analistas à conclusão de que toda esta confusão acabará por beneficiar a Frelimo, que se mantém calma e serena.