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Rémi Ahmad Al-Sayed, o Pioneiro da Síria

Rémi Ahmad Al-Sayed

As últimas palavras de Rémi Al-Sayed foram amargas e expressam o espanto e o desconsolo de um homem que vê o seu país aos pedaços, diante de um mundo impassível.

“Baba Amr enfrenta o genocídio agora. Eu nunca perdoarei o vosso silêncio. Vocês dão-nos palavras, mas nós precisamos de acção. Entretanto, os nossos corações sempre estarão com aqueles que arriscam as suas vidas pela liberdade. Eu sei do que precisamos! Precisamos de campanhas dentro e fora da Síria, e agora nós precisamos de todas as pessoas nas portas das embaixadas por todo o mundo. Em poucas horas não haverá mais nenhum lugar chamado Baba Amr e eu espero que esta seja minha última mensagem pois ninguém esquecerá que vocês falaram mas não agiram.”

No Jornal @Verdade temos recebido cada vez mais contribuições de cidadãos que nos reportam várias situações que presenciam por este Moçambique fora, de lugares onde não estamos presentes.  São os nossos cidadãos-repórteres.

Na Síria, desde o início do levantamento popular contra o Presidente Bassar Al Assad, vídeos gravados por cidadãos e postados na Internet têm sido umas das maiores fontes de informação para o mundo dos massacres que têm estado a acontecer contra o povo. O governo tem impedido a presença oficial de jornalistas independentes. Com o intensificar da ofensiva do regime sobre de Homs, nos últimos 25 dias, os cidadãos-repórteres nesta cidade têm arriscado a vida para mostrarem ao mundo as barbaridades perpetradas pelos soldados de Assad.

Um destes cidadãos, Rémi Al-Sayed, também conhecido como “o Pioneiro da Síria”, foi assassinado na noite do dia 21 de Fevereiro. Segundo activistas de direitos humanos, perdeu a vida quando uma bomba atingiu o edifício onde ele estava a filmar, mais um bombardeamento do regime sírio. Tinha 27 anos e era pai de uma menina de um ano e meio, de nome Maryam.

O activista e bloguista foi um dos primeiros cidadãos a voluntariar-se para fotografar e filmar as manifestações populares que hoje são reprimidas brutalmente pelos militares do Presidente Assad. Muitos dos seus vídeos foram mesmo transmitidos por canais de televisão internacionais na cobertura que tem sido feita sobre a crise que se vive na Síria. Rami, para além de gravar e postar vídeos, encontrou uma forma de fazer transmissões em directo enquanto os bombardeamentos aconteciam.   O jovem cidadão-repórter há alguns tempos que estava na mira das forças governamentais e havia já escapado de algumas tentativas de assassinato

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“Há alguns dias o exército de Assad apercebeu-se das transmissões em directo de Rémi e identificou de onde eram feitas. A partir daí apontou a sua artilharia pesada. Chegou a ser atingido por vários estilhaços mas sobreviveu e continuou a mostrar ao mundo os ataques que estavam a acontecer. Na terça-feira (21) foi alvo de reiterados bombardeamentos e foi novamente atingido por estilhaços, enquanto ajudava a sua família a esconder-se num abrigo seguro da vizinhança. Outros activistas não puderam ajudá-lo, nem mesmo retirar de imediato o corpo sem vida, pois o bombardeamento foi intenso. “Ele sangrou até a morte” reportou um activista.

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