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Relógios antigos roubados em 1983 em Jerusalém são devolvidos

Quarenta relógios antigos com valor estimado em dez milhões de dólares, roubados do Museu de Arte Islâmica de Jerusalém há 26 anos e localizados na França, em 2008, ao final de uma investigação confusa, foram restituídos nesta sexta-feira às autoridades israelitas.

Um ladrão israelita agonizante que confessa suas ações a sua esposa, um relógio destinado à rainha Maria Antonieta, dois cofres-fortes de banco: a reconstituição do quebra-cabeça foi classificada pelo commissário israelense Avrahoim Roif, presente em Paris durante o ato de devolução, de “longa aventura”, com ramificações da investigação na Europa e nos Estados Unidos.

O caso é considerado emblemático do tráfico de obras de arte no mundo, segundo o coronel Pierre Tabel, chefe do Gabinete Central de Luta contra o Tráfico de Bens Culturais em Paris.

Tudo começou na noite de 15 para 16 de abril de 1983 no Museu L.A. Mayer de Arte Islâmica de Jerusalém, onde fica uma coleção de relógios antigos de grande valor, que pertenceram a Sir David Lionnel Salomons, primeiro prefeito judeu de Londres.

A herança foi deixada com sua filha Vera Francis Salomons, filantropa e fundadora do Museu Islâmico. Evitando todos os alarmes, um ou mais ladrões conseguiram uma façanha audaciosa. Roubaram 106 peças da coleção, entre elas um raríssimo relógio de bolso feito em ouro destinado a Maria Antonieta, assinado pelo relojoeiro francês Abraham Louis Breguet (1747-1823), estimado em trinta milhões de dólares.

Durante mais de vinte anos não houve novidades. Como ocorre frequentemente em roubos de obras de arte, como explica Tabel, são os herdeiros dos ladrões que dão o passo em falso.

No caso, foi a viúva do ladrão Na’aman Diller, chamado pela Polícia israelita de “assaltante do kibutz” em razão de suas origens modestas. Ou o “ladrão do século” por ter começado aos 20 anos roubando joias e carros, em Tel-Aviv.

Nos anos 1970, ele cometeu 23 furtos, dos quais roubos de obras-primas da pintura tendo sido acometido por um câncer de pele. Em 1976, viajou para a Holanda depois de ter cumprido penas de prisão em seu país. Em Amsterdã, foi novamente preso por roubos de joias. Mas continuou suas ações, escolhendo como passo seguinte o assalto ao Museu Mayer, segundo a Polícia israelita.

Em 2004, Diller morreu. Em seu leito, agonizante, ele confessou à sua mulher, Nili Shomrat, o roubo ao Museu Mayer. Em 2006, embora tenha negado, a viúva tentou negociar os relógios por meio de seu advogado. Transações secretas, segundo os investigadores israelenses, foram efetuadas com o museu, para o qual as peças foram vendidas pouco a pouco.

Parte do acervo retornou para Israel em novembro de 2007, entre esses objetos, famoso relógio dado a Maria Antonieta. A viúva de Diller foi ouvida nos Estados Unidos, onde ela vive, e a Polícia obteve as principais informações, seguindo o caminho trilhado pelo ladrão, que viajou muito, principalmente para a França, com o objetivo de esconder o tesouro que tinha dificuldade para negociar.

Em novembro de 2008, a Polícia francesa se apoderou da outra parte do acervo em dois cofres de bancos, em Paris. Foi justamente essa parte que foi objeto da devolução desta sexta-feira ao embaixador de Israel na França, Daniel Shek.

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