Em 2011, o Festival Internacional de Artes – UMOJA continuará com os (mesmos) padrões tradicionais sem, no entanto, deixar de se reinventar. Mas, na verdade, as novidades só podem ser desvendadas em fi nais de Outubro, altura em que a Praça da Independência, em Maputo, acolherá mais uma edição.
De há uns anos a esta parte, Maputo tem denunciado sintomas de caminhar rumo à sua transformação numa cidade cultural e criativa. O Festival Internacional de Artes – UMOJA é um caso particular. Este ano, nos dias 28 e 29 do mês em curso, artistas de inúmeras nacionalidades, manifestações artísticas e culturais diversas congregar-se- -ão para, em uníssono, elevar a arte e a cultura ao mais alto nível.
Até agora, sabe-se que o evento irá, entre outros, acomodar-se na celebração do Ano Samora Moisés Machel, o primeiro Presidente de Moçambique independente, bem como nas festividades do 10 de Novembro, efeméride que marca o dia de Maputo, para se expor aos nativos – os moçambicanos – assim como perante cidadãos estrangeiros e turistas, realçando o seu estatuto de festa da cultura.
Entretanto, sabe-se que a Televisão de Moçambique – parceira da iniciativa – finalmente, decidiu realizar uma transmissão integral do evento a partir da meia-noite, sendo o limite as 2: 00H da manhã.
Sabe-se também que depois de em 2010 este evento ter homenageado o compositor e intérprete sul-africano Ray Phire, os troféus de reconhecimento de mérito continuam pelas antigas colónias inglesas, sendo que para este ano o galardoado será o célebre músico zimbabueano Oliver Mtukudzi.
Mas as novidades do UMOJA não param por aí. Pelo menos, ao nível artístico além das acrobacias, dos jogos de círculos, das danças e da música – o seu forte – o referido evento incluirá uma mostra de artes visuais contemporâneas. As obras resultam da criação dos estudantes do Instituto Superior de Arte e Cultura (ISArC).
Ainda sob o segredo dos deuses, sabe-se, entretanto, que se encontra uma (célebre) mulher moçambicana que (igualmente) será objecto de homenagem no dia 28, quando o evento arrancar.
@ Verdade questionou os dinamizadores da iniciativa acerca do valor do Prémio UMOJA para os artistas, e sobre o que muda na vida destes, ou mesmo na carreira.
Rufus Maculuve – membro da desaparecida Orquestra Kapa Dêch e que de certa forma dinamiza a iniciativa – respondeu-nos nos seguintes termos:
“O prémio é uma obra de arte. E pelo que sabemos a arte perdura no tempo, atravessa os séculos”. E, por conseguinte, “pensamos que é um reconhecimento. Se modifica algo ou não na vida do artista não sabemos”. De qualquer modo, “não temos dinheiro – se é que é o que pretendia saber. Mal conseguinmos sustentar o festival”, disse concluindo.
Um posicionamento político
Enquanto o munícipio de Maputo encontra no Festival UMOJA uma plateia favorável para a atracção de turistas para a capital, aproveitando a vaga da semana de Maputo que se assinala logo a seguir ao evento, o Ministério da Cultura, que se fazia representar pelo director-adjunto das Indústrias Culturais, José Pita, revelou, na ocasião, a sua definiçao do festival:
“É um acto cultural de grande impacto no fortalecimento da união dos povos, na educação e na socialização dos jovens estudantes, professores, fazedores e criadores culturais dos países envolvidos, bem como na divulgação do potencial artístico-cultural que constitui um dos inesgotáveis tesouros de que nos orgulhamos”.
Vale a pena recordar que na edição do ano passado – na arena musical – Moçambique fez-se representar por Anita Macuácua, uma intérprete e compositora com uma carreira em evolução. Na 5ª edição que decorre este ano, o nosso país far-se-á representar pela cantora Neyma Alfredo.
Estas e outras razões, mas sobretudo o facto de a “cidade das acácias” acolher o evento pela quinta vez, fazem com que José Pita, não somente a catalogue, como cidade criativa, mas com que revelasse que “a nossa pretensão é que Maputo se torne definitivamente a cidade do Festival UMOJA”.
Tomarão parte no UMOJA 2011 artistas oriundos de países como África do Sul, Zimbabwe, Tanzânia, Quénia, Etiópia, Uganda, Holanda, Noruega, para além do anfitrião Moçambique.