Três cidadãos de nacionalidade ruandesa, refugiados em Moçambique, são acusados de tentativa de assassinato do seu conterrâneo identificado pelo nome de Louis Baziga, também residente no país, por motivações políticas e com o objectivo de posteriormente assumir a liderança de uma igreja sita no município da Matola.
Segundo o Ministério Público, os visados são acusados de associação para delinquir e homicídio voluntário simples. A vítima é presidente da comunidade ruandesa residente em Moçambique.
A Procuradoria Provincial de Maputo considera que e Benjamin Ndagijimama, comerciante, Revocat Karemangingo, comerciante e ex-militar, e Diomede Tuganeyeze, pastor, comerciante e também antigo militar, desenharam um esquema para matar Louis Baziga.
Dos indiciados, Diomede Tuganeyeze é que continua nos calabouços da Cadeia Civil de Maputo e os seus comparsas encontram-se em liberdade depois de terem pago uma caução de 150 mil meticais cada.
Num despacho assinado pelo procurador Octávio Zilo, a 22 de Julho último, a Procuradoria Provincial de Maputo, Diomede Tuganeyeze contratou alguém para matar Louis Baziga, mediante o pagamento de 600 mil meticais. Deste valor, o mentor o plano adiantou 157 mil, dos quais 7.000 meticais foram pagos via “M-Pesa”.
Contudo, o suposto assassino contratado não concretizou o plano, pelo contrário fez com que a vítima soubesse de tudo.
Perante o fracasso da operação, os três supostos homicidas “agiram de forma livre, deliberada e consciente, querendo tirar-lhe a vida, bem sabendo que tal conduta é punida por lei, mesmo assim não se abstiveram de tal proceder, conformando-se com a possibilidade da sua conduta poder causar a morte da vítima, embora não se tenha concretizado por razões externas às suas vontades. Assim, cometeram o crime de associação para delinquir e homicídio voluntário simples, na forma tentada”, refere o Ministério Público na sua acusação.
Os acusados alegavam que Louis Baziga está no país ao serviço do Governo ruandês com vista a vigiar e perseguir os refugiados em Moçambique, sobretudo os que apoiam o antigo regime daquele país que vive momentos políticos de cortar à faca e os refugiados que não apoiam o actual Governo.
A crispação religiosa entre os ruandeses em alusão, gira em torno da Igreja Pentecostal de Reavivamento em Moçambique, com sede na Machava, município da Matola. Quer os arguidos, quer o denunciante são membros fundadores.