O primeiro corpo de uma das 228 vítimas do acidente do avião da Air France que assegurava a ligação Rio de Janeiro – Paris e que se despenhou no Atlântico, em Junho de 2009, foi recuperado, esta quinta-feira.
“Depois de uma tentativa infrutífera, o cadáver de uma das vítimas” do voo “pôde ser levantado até bordo do navio ‘l’Ile de Sein’, ao princípio da manhã”, disse a polícia francesa num comunicado citado pela AFP.
De acordo com o comunicado da polícia, o corpo ainda se encontrava preso ao banco do avião e em estado “deteriorado”.
As forças policiais explicam que o facto de os corpos terem ficado submersos durante quase dois anos, a uma profundidade de 3900 metros, presos a uma parte da aeronave, é um sinal de que os despojos devem estar “degradados”.
A polícia adiantou também que a operação foi levada a cabo por investigadores da polícia e que, na próxima semana, um laboratório de análise deverá proceder à identificação das vítimas por ADN.
Esta operação, destinada a recuperar os corpos dos passageiros do voo AF447, começou na quarta-feira e as condições em que decorre são, segundo a guarda francesa, “particularmente complexas e até agora inéditas”. A direcção da polícia sublinha também que subsistem “fortes incertezas quanto à viabilidade técnica do levantamento dos corpos”.
A questão da recuperação dos cadáveres tem sido alvo de alguma polémica já que, como frisou Robert Soulas, vice-presidente da associação francesa de famílias de vítimas Entraide e Solidariedade AF447, não “se sabe em que estado se encontram” e será sempre um aspecto muito delicado para as famílias das vítimas.
As razões que levaram à queda do Airbus A330 permanecem desconhecidas, mas a descoberta das duas caixas negras do avião, no princípio de Abril, e a recuperação “em bom estado” de uma delas, no início deste mês, poderá ajudar a explicar o que esteve na origem do terrível acidente de dia 1 de Junho de 2009.