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Reclusos da “cabeça de velho” amotinam-se

Reclusos da “Cabeça do Velho”, o maior centro prisional da província central de Manica, em Moçambique, amotinaram-se, sábado último, exigindo a melhoria das suas condições de vida naquele local, incluindo a dieta alimentar. O motim culminou com fuga de pelo menos 80 presos.

Segundo escreve o jornal “Notícias” de Quarta-feira, as autoridades prisionais de Manica viram-se forçadas a disparar armas automáticas e granadas de gás lacrimogéneo para repor a ordem naquele estabelecimento prisional.

Entretanto, a directora provincial da Justiça, Josefa Ferreira, disse que não houve vítimas resultantes das escaramuças, apesar das mesmas terem causado danos materiais avultados, incluindo a destruição total ou parcial de um número não especificado de portas e cinco portões de igual número de pavilhões de reclusão.

O motim começou quando a Direcção da Penitenciária Agrícola do Chimoio decidiu interditar a entrada de alimentos não confeccionados no recinto prisional, alegando ser inadmissível tal prática, por contrastar com os princípios da instituição no domínio alimentar.

A directora provincial da Justiça de Manica, Josefa Ferreira, considera que os tumultos protagonizados pela população prisional são consequência da referida decisão. Por isso, os reclusos amotinaram-se e destruíram portas e portões dos cárceres como forma de obrigar as autoridades a recuar da sua decisão.

Antes do motim os reclusos da “Cabeça do Velho” recorreram a greve de fome, que viriam a suspender 24 horas antes, em virtude de a direcção da penitenciária ter mantido inalterável a sua intenção de proibir a entrada no recinto prisional de produtos alimentares não confeccionados.

Refira-se que aquela instituição oferece apenas duas refeições por dia, cujo menu consiste invariavelmente em arroz, massa de farinha de milho, feijão e peixe seco, o que para eles é degradante, sobretudo para os doentes crónicos e aqueles que cumprem penas maiores.

Os reclusos entendem que esta dieta pode reduzir a sua esperança de vida e, por isso, deveriam gozar de uma dieta melhorada para poderem ser restituídos a liberdade ainda em vida depois de cumprirem as suas penas.

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