Saudações, Jornal @Verdade. Somos trabalhadores da empresa Sistemas de Operações de Segurança, Lda. (SOS), sita na Avenida Salvador Alende, na cidade de Maputo. Gostaríamos, através do vosso meio de comunicação, de expor algumas irregularidades relacionadas com a violação dos nossos direitos por parte do nosso patronato e com o uso de critérios pouco claros no acto do pagamento de salários.
Não entendemos como é feito o pagamento de vencimentos aos funcionários uma vez que, mensalmente, apenas uma parte aufere os seus ordenados e a outra é remunerada no mês seguinte. Esta forma de atribuir ordenados causa desalento e cria inveja entre os trabalhadores da mesma firma.
Nos documentos que alicerçam o nosso vínculo com a SOS não consta que teremos os nossos ordenados por escalas. É possível dar-se aos trabalhadores da mesma companhia um tratamento diferente? Ou seja, remunerar algumas pessoas e deixar outras para mais tarde.
O que nos preocupa bastante é que o nosso patronato diz, de forma repetitiva, que a empresa não tem fundos mas as instituições às qua prestamos serviços honram os seus compromissos atempadamente. Não é possível não haver dinheiro. A última vez que contactámos o Departamento dos Recursos Humanos para percebermos o que se está a passar, a resposta foi de que os salários já estavam nas nossas contas bancárias. Todavia, isso não passou de uma mentira.
A situação que é deveras preocupante é vivida na cidade Matola, onde trabalhamos de graça. Dia e noite, nos momentos de sol e de chuva, estamos nos postos mas quando chega o fim do mês não há vencimento. Fazemos tanto esforço em vão. Temos famílias por cuidar que esperam impacientemente pelos nossos ordenados. Aliás, o pior é que ninguém nos avisa que o salário vai atrasar para que possamos arranjar outros meios de sobrevivência. Estamos cansados.
Resposta
Sobre este caso, o @Verdade contactou a Direcção dos Recursos Humanos daquela empresa, por intermédio do chefe daquele departamento identificado pelo nome de Boaventura Bila. Este negou todas as reclamações dos trabalhadores alegando que eles se queixam de barriga cheia. “A nossa empresa nunca teve problemas de pagamentos de salários.
Têm-se verificado, sim, alguns atrasos mas, não chegam a ultrapassar um mês”, esclareceu o nosso entrevistado. Ele disse que considera normal o atraso de vencimentos; por isso, condenou o facto de os funcionários da sua firma terem remetido uma queixa ao nosso Jornal, supostamente antes de contactarem a direcção. Num outro desenvolvimento, Boaventura Bila deixou transparecer a ideia de que para ele é normal que os funcionários da SOS fiquem meses a fio sem ordenado.
O nosso interlocutor disse que há empresas de segurança privada que ficam mais de seis meses sem pagar salários mas os seus trabalhadores nunca se dirigiram a um meio de comunicação para se queixarem. “Muitas empresas de segurança não pagam a tempo os salários mas nunca ouvimos relatos de queixas num jornal”, rematou.