O Presidente do Conselho Municipal da Cidade da Beira, Daviz Simango, não conseguiu, terça-feira, renovar a dimensão de recepção que já teve outras vezes quando foi receber o prémio de melhor desempenho autárquico em Moçambique.
O número de pessoas que o foram receber, terça-feira, no Aeroporto Internacional da Beira não supera sequer um quinto do universo que vinha se registando das vezes anteriores, apesar de o prémio que trouxe ser ainda maior que os anteriores por se refereir de melhor desempenho autárquico em toda África Austral, enquanto doutras vezes se referia apenas ao conjunto das trinta e três autarquias moçambicanas.
Autarcas que comentaram ao nosso jornal a fraca recepção do edil da Beira comparando com as vezes anteriores, afirmaram que o cenário prova que Daviz Simango está a reduzir popularidade na capital provincial de Sofala.
Questionados sobre as prováveis razões do decréscimo da sua popularidade, os mesmos autarcas referiram que o edil da Beira passa por momentos maus de sua imagem, exemplificando as crises constantes que vêem enfrentando na gestão do partido que criou, (MDM), depois de ter conseguido ser eleito como independente nas últimas autárquicas.
“Antes de criar o MDM Daviz Simango estava bem com os munícipes beirenses, mas mal criou esse maldito partido começou-se a notar certa ruptura com os interesses da cidade, ou seja, passou a servir mais o MDM.
A gestão de um partido não é coisa fácil, pergunte a própria Frelimo e a Renamo que conhecem melhor o que é gerir um partido num país onde as pessoas ainda não têm uma convicção formada sequer”.
Entretanto, outros sujeitos minimizaram a fraca participação dos beirenses na recepção de Daviz Simango, argumentando que houve fraca publicitação, tendo observado que até a imprensa deu pouco destaque a atribuição desse prémio.
Um jornalista que solicitou anonimato afirmou que começa a crescer cada vez mais a percepção de que esses prémios não passam duma farsa para atrair simpatia popular.
Na sua opinião, a história desses prémios sabe-se que muitas vezes são encomendados, envolvem pagamentos, observando que até os critérios de atribuição não são claros, pior em relação a uma cidade que se sabe enfrenta sérios problemas desde o saneamento, estradas, limpeza, fraca atracção de investimento, o que torna a urbe com taxas elevadas de desemprego, criminalidade, e ainda os problemas que sistematicamente se levantam na imprensa sobre a própria gestão que tem assumido um carácter nepotista e de certa arrogância.
“São aspectos que acho deviam ser levados em conta para uma cidade que conquista o quinto prémio consecutivo, piora ainda o facto de os mesmos serem atribuídos pela mesma instituição”.
Um académico estranhou o facto de Daviz Simango ser premiado sempre que se abordam problemas em relação a sua gestão. “Até parece que essas distinções servem somente para distrair a opinião pública sempre que há uma situação anormal em relação ao edil da Beira” – vaticinou.
O mesmo académico concluiu o seu raciocínio afirmando que essa organização que sucessivamente anda a atribuir prémios ao município da Beira, para evitar especulações no mínimo devia pensar promover um concurso em que se saiba publicamente quais são as autarquias do país e da África Austral que concorrem.
O prémio foi atribuído pela PMR-África, uma instituição da qual os moçambicanos tem pouco conhecimento.