Os rebeldes sírios disseram, esta Quarta-feira (31), que formaram uma brigada de palestinos aliados num bairro de Damasco para lutar contra palestinos armados alinhados com o presidente Bashar al-Assad.
Cerca de 150.000 refugiados palestinos vivem no acampamento Yarmouk na capital síria, uma vasta área de blocos de apartamentos de concreto, onde alguns moradores apoiam o levante de 19 meses contra Assad e outros lutam ao lado dos soldados sírios.
“Estamos a armar os palestinos que estão dispostos a lutar… Formamos a Liwa al-Asifah (Brigada de Assalto), que é composta apenas por combatentes palestinos”, disse um comandante rebelde da brigada Suqour al-Golan (Falcões de Golã) à Reuters.
“A sua tarefa é estar no comando do campo de Yarmouk. Nós todos a apoiamos e protegemos”, acrescentou. Os rebeldes disseram que eles e a nova brigada vão atacar combatentes Yarmouk leais a Ahmed Jibril, chefe da Frente Popular pela Libertação Palestina, Comando Geral (FPLP-CG), patrocinado pela Síria, acusando os homens de Jibril de assediar moradores do acampamento e atacar combatentes do Exército Livre da Síria (FSA).
Alguns combatentes da FPLP-CG tinham entregado as suas armas para os rebeldes, disse o comandante, convocando outros a seguir o exemplo e ameaçando assassinar figuras pró-Assad.
Uma bomba explodiu, esta Quarta-feira, embaixo do carro de um coronel do Exército sírio em Yarmouk, mas ele não estava no veículo e não houve vítimas, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que monitora o conflito.
Não ficou claro se o incidente estava relacionado com a tensão entre os rebeldes sírios e as facções palestinas em Yarmouk.
Mais de 180 pessoas foram mortas na Síria, Terça-feira, muitos em ataques aéreos do governo, afirmou o Observatório, que estima que pelo menos 32 mil pessoas foram mortas desde Março de 2011, quando os protestos pacíficos contra o regime de Assad eclodiram.