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Rebeldes sírios dizem não contar mais com promessa dos EUA de enviar armas

Os membros da oposição síria disseram, esta Terça-feira (9), ter perdido a esperança de que os Estados Unidos cumpram a promessa de ajuda militar aos grupos rebeldes, num momento em que os aviões de guerra e artilharia das forças do governo arrasavam a cidade de Homs, no centro da Síria.

Os Comités do Congresso dos EUA estão a reter o plano de envio de armamento aos rebeldes por temor de que esse apoio não seja decisivo e de que as armas possam acabar indo parar nas mãos de militantes islamistas, disseram as fontes da segurança nacional norte-americana.

Tanto os democratas como os republicanos dos comités receiam que o armamento possa ir para facções como a Frente Nusra, que é um dos grupos rebeldes mais eficazes, mas também tem sido classificado pelos EUA como fachada do grupo Al Qaeda no Iraque.

“Os EUA não vão entregar as armas”, disse o combatente rebelde Mohammed Fizo. “Eles vêm com desculpas por não estarem a apoiar a revolução síria: por não estar unificada ou por haver terroristas. Mas o importante é que eles não estão a nos ajudar.”

O nutricionista Yasser, de 42 anos, membro da oposição e residente em Damasco, diz que a indecisão do governo norte-americano mostra que o verdadeiro objectivo dos Estados Unidos é manter tanto o presidente sírio, Bashar Al-Assad, como os rebeldes islamistas ocupados dentro da Síria.

“É benéfico para os EUA que ambos os lados aqui na Síria permaneçam numa guerra lenta de atritos”, declarou. “Ambos os lados estão preocupados um com o outro, e assim não podem semear o caos noutro lugar.”

Para Yasser, os Estados Unidos temem especialmente a perspectiva de uma vitória total dos rebeldes, o que poderia permitir que os membros da Frente Nusra, um grupo islamista linha-dura, ataquem Israel, país vizinho, assim que Assad for derrubado.

Omar al-Hariri, um activista da cidade de Deraa, onde o levante começou durante a Primavera Árabe, dois anos atrás, vê o novo adiamento como algo equivalente a um apoio a Assad, cuja família tem mantido a fronteira sírio-israelita relativamente tranquila há décadas.

“Israel está muito preocupado sobre quem substituirá Assad e se vai ser alguém amigável para os interesses de Israel… Tenho certeza que você está plenamente ciente de como Israel é capaz de pressionar os EUA para sustentar Assad.”

Os rebeldes vêm implorando a seus defensores na comunidade internacional para que lhes forneçam armas para lutarem contra as forças de Assad.

Eles dizem ter recebido remessas de países do Golfo e de doadores individuais, mas não o suficiente para enfrentar o Exército e os combatentes do poderoso movimento militante libanês Hezbollah, que dá apoio às forças de Assad.

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