Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Rebeldes sírios deixam a cidade no leste depois da ofensiva militar

Os combatentes rebeldes foram forçados a fugir, esta Terça-feira, duma ofensiva do Exército na cidade de Deir al-Zor, no leste do país, um outro revés para a oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad.  Entretanto, um respeitado grupo de direitos humanos acusou a insurgência armada de cometer torturas e execuções arbitrárias durante os 12 meses de rebelião, uma acusação que anteriormente só era imputada às forças de segurança.

Apesar das vitórias militares, Assad ainda enfrenta forte isolamento internacional. Esta Terça-feira, a aliada Rússia sinalizou a intenção de votar a favor duma declaração da Organização das Nações Unidas em apoio à missão do enviado especial Kofi Annan, desde que não haja nenhum ultimato.

Além disso, Moscovo aderiu à proposta da Cruz Vermelha para que os rebeldes e os governos adoptem uma trégua diária para permitir o acesso humanitário às populações de zonas conflagradas.

Mal armados, os rebeldes têm feito recuos em vários pontos do país nas últimas semanas. Em nota, a União dos Comités da Revolução de Deir al-Zor, cidade que fica na estrada que dá acesso ao Iraque, disse que os combatentes rebeldes preferiram recuar “para evitar um massacre civil” nos bairros residenciais invadidos por blindados militares.

As forças do governo também bombardearam áreas residenciais nas cidades de Hama e Homs e na vizinha localidade de Rastan, matando pelo menos dez pessoas, enquanto um soldado morreu num ataque a um posto de controle no sul do país, segundo as fontes da oposição.

É difícil verificar os relatos que chegam da Síria devido às restrições do governo local ao trabalho da imprensa e de entidades internacionais de direitos humanos.

Numa reviravolta, a entidade Human Rights Watch acusou os rebeldes de cometerem crimes graves, como sequestros, torturas e assassinatos a sangue frio.

“A táctica brutal do governo sírio não pode justificar abusos por parte dos grupos da oposição armada”, disse Sarah Leah Whitson, directora de Oriente Médio da entidade, com sede em Nova York, em carta aberta aos grupos dissidentes.

Nos últimos meses, a Rússia recusa-se a apoiar propostas árabes e ocidentais de resoluções do Conselho de Segurança da ONU condenando a violência do governo sírio, sob o argumento de que as acções dos rebeldes também precisariam de ser criticadas.

Num novo esforço para unificar a posição internacional diante da crise, a França apresentou ao conselho uma proposta de declaração que deplora a turbulência na Síria e apoia os esforços realizados por Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria.

A Grã-Bretanha disse que o texto deve ser votado, Terça-feira, e a Rússia declarou que o apoiará sob duas condições, que não haja ultimatos e que Annan divulgue todos os detalhes da sua proposta.

Num facto excepcional, os rebeldes sírios libertaram um general do Exército que havia sido sequestrado, semana passada, num subúrbio de Damasco, em troca da libertação de insurgentes e da entrega dos corpos dos civis mantidos em poder da polícia, disse, esta Terça-feira, uma fonte da oposição familiarizada com a negociação.

“Naeem Khalil Odeh foi libertado em troca de muitos prisioneiros e 14 corpos”, disse a fonte, falando da localidade de Douma.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!