Rebeldes sírios voltaram o canhão dum tanque capturado contra as forças do governo, Quinta-feira (2), e alvejaram uma base aérea que poderia ser usada para receber reforços militares na batalha pela cidade de Aleppo.
Enquanto isso, as tropas do presidente Bashar al-Assad continuaram a bombardear o estratégico bairro de Salaheddine com disparos de tanques e artilharia, e os rebeldes tentam consolidar o seu domínio sobre áreas previamente capturadas.
Em Damasco, a capital, as tropas invadiram um subúrbio, Quarta-feira (1), e mataram pelo menos 35 pessoas, a maioria civis desarmados, segundo os moradores e activistas.
A luta pelas duas maiores cidades da Síria é um sinal de que os protestos contra Assad, iniciados há 17 meses de forma pacífica, evoluíram para uma guerra civil total.
A comunidade internacional observa com crescente preocupação o conflito que, estima-se, já matou 18 mil pessoas, mas as divisões entre as potências mundiais inviabilizam qualquer solução negociada.
Mais de 180 pessoas foram mortas, Quarta-feira (1), na Síria, sendo 133 civis e 45 membros das Forças de Segurança, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo oposicionista com sede na Grã-Bretanha.
O moral dos rebeldes foi fortalecido pela tomada do tanque na base aérea de Menakh, 35 quilómetros ao norte de Aleppo.
“Atingimos o aeroporto usando um tanque que capturamos do Exército de Assad. Atacamos o aeroporto algumas vezes, mas decidimos recuar desta vez”, disse à Reuters um combatente rebelde que identificou-se como Abu Ali.
O Observatório disse que as forças governamentais na base aérea usaram foguetes e artilharia para bombardear a localidade de Tel Rifaat, que fica entre a base e Aleppo, maior polo comercial sírio.
Os correspondentes da Reuters ouviram, na manhã da Quinta-feira (2), intensos disparos vindos de Salaheddine, na zona sudoeste de Aleppo, cidade de 2,5 milhões de habitantes que regista combates desde a semana passada.
Soldados fortemente armados tentam expulsar um contingente de alguns milhares de rebeldes da cidade, numa batalha cujo resultado pode ser decisivo para o destino do governo de Assad.
Embora as forças governamentais façam um esforço concentrado para tomar Salaheddine, uma ofensiva total contra a cidade inteira ainda não aconteceu.