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Rebeldes muçulmanos atacam uma segunda cidade no sul das Filipinas

Um grupo rebelde muçulmano lançou nesta quinta-feira um ataque em uma segunda cidade no sul das Filipinas, Lamitan, após os enfrentamentos entre rebeldes e o Exército há quatro dias na cidade de Zamboanga. Pelo menos dois soldados ficaram feridos e outros cinco estão desaparecidos neste segundo ataque ocorrido em Lamitan, na ilha de Basilan, declarou o tenente edil, Roderick Furigay, a uma emissora local.

Um porta-voz do Exército disse que os rebeldes pertenciam à Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN) e ao Abu Sayyaf, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE). Segundo os militares, os rebeldes fugiram após a ofensiva e estão sendo perseguidos pelos soldados.

Basilan encontra-se a poucos quilómetros de Zamboanga, que fica na ilha vizinha de Mindanao e onde pelo menos 10 pessoas morreram desde que militantes do FMLN invadiram a cidade na segunda-feira passada.

A situação continua sendo tensa e houve alguns tiroteios entre os guerrilheiros e os soldados em Zamboanga, a 890 quilómetros da capital Manila e com uma população de 800 mil habitantes de maioria cristã. Durante a noite está vigente o toque de recolher. As aulas foram suspensas e o comércio permanece fechado, mas postos de gasolina, mercados e farmácias atendem às necessidades básicas da população. Vários bairros de Zamboanga estão ocupados pelos rebeldes, que mantêm como reféns até umas 200 pessoas, segundo as distintas fontes.

O ataque aconteceu um mês depois que o líder do FMLN, Nur Misuari, exigiu a independência da região de Mindanao e de outras ilhas do sul, além de ter denunciado que seu grupo tinha sido excluído das negociações entre o governo e a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI).

O porta-voz do grupo de Misuari, Absalmom Cerveza, declarou à emissora de televisão “ANC” que não haverá rendição, nem retirada. “Estivemos a conversar com o governo durante 35 anos. Não estamos interessados em negociar. No entanto, somos seres humanos, somos gente civilizada e sempre existe a possibilidade de ouvirmos algo razoável, que sirva para o bem de nossa gente”, explicou Cerveza.

Misuari fundou o FMLN em 1971, e esta foi a principal organização muçulmana a recorrer à luta armada nas Filipinas, até a assinatura de um acordo de paz em 1996. No entanto, o grupo renunciou ao acordo cinco anos depois e voltou às armas quando Misuari estava prestes a perder, nas urnas, seu cargo de governador da Região Autônoma do Mindanao Muçulmano.

O FMLI foi fundado formalmente em 1984 de uma cisão do grupo de Misuari e agora se encontra na fase final de suas negociações com o governo. Segundo analistas filipinos citados pelo site de notícias “Rappler”, Misuari “está fazendo barulho” para boicotar as conversas entre o governo e o FMLI.

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