Um grupo rebelde que, há quase quatro décadas, luta pela independência do enclave de Cabinda, ao norte de Angola, quer negociar com o governo angolano depois das eleições nacionais de 31 de Agosto, segundo o seu líder.
A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (Flec) trava uma insurgência de baixo grau há 38 anos, mas em Janeiro de 2010 chamou a atenção do mundo ao realizar um letal atentado contra o autocarro da selecção de futebol do Togo, durante a Copa Africana de Nações realizada em Angola.
“A Flec está a observar o início da campanha para as eleições gerais em Angola e vai tomar as medidas necessárias para explorar um contacto oficial e directo com o governo que ganhar a votação de 31 de Agosto”, disse em nota, Domingo (5), o líder da Flec, Nzita Henriques Tiago, que vive exilado em Paris.
Angola, ex-colónia portuguesa, fará eleições para o Parlamento e a Presidência. Analistas dizem que José Eduardo dos Santos, no cargo há 32 anos, deve obter um novo mandato.
Cabinda, território angolano litoral entre a República do Congo e a República Democrática do Congo, produz mais de metade do 1,8 milhão de barris extraídos diariamente em Angola, o que faz do país o segundo maior produtor da África.
Henriques Tiago, da Flec, disse que o novo diálogo pode levar ao fim do conflito em Cabinda, caso o novo governo demonstre vontade política e crie as condições para uma solução pacífica.