Ao conquistar o Grande Prêmio da Bélgica este domingo no circuito de Spa-Francorchamps, o finlandês Kimi Raikkonen encerrou a série negra de 11 corridas sem vitórias da Ferrari, que corria desde a vitória de Felipe Massa no GP do Brasil.
O bom resultado de Raikkonen pode tranquilizar a Ferrari, abalada por um início de temporada catastrófico e pelo grave acidente de Massa, em 25 de julho no GP da Hungria. Focalizada na temporada 2008, na qual o brasileiro perdeu o título na última prova, a Scuderia não se planejou para 2009 nem se adaptou às importantes modificações do regulamento.
Assim, a Ferrari teve que esperar a quarta corrida, no Bahrein, para faturar seus primeiros pontos, e a sexta, em Mônaco, para subir no pódio. Em ambos os casos, o responsável foi Raikkonen, que chegou em sexto no Bahrein e em terceiro no Principado. A vitória deste sábado foi qualificada pelo diretor da Scuderia, Stefano Domenicali, de “muito importante”, depois de uma temporada “dramática”.
“Se analisarmos os resultados da Ferrari nas quatro últimas provas, pontuamos como ninguém com um único carro. Assim sendo, o nível que atingimos é relativamente bom”, animou-se Domenicali. Raikkonen não tem a mesma opinião. “Precisamos ser realistas. Sabemos que nosso carro não é tão veloz quanto os que estão liderando o campeonato.
Contudo, em alguns circuitos, como os últimos, ele dá para o gasto”, afirmou. “Não podemos achar que vamos ganhar todas as corridas. É óbvio que vamos dar o máximo, mas tudo dependerá de acontecimentos estranhos, como o que aconteceu aqui no classificatório”, prosseguiu o agora tetracampeão do GP da Bélgica. No entanto, é muito provável que a pole position obtida ontem pelo italiano Giancarlo Fisichella, da Force India, não se repita tão cedo.
“É preciso entender o que está acontecendo este ano de um ponto de vista técnico. Em 20 anos de F1, nunca vi nada igual. Se conseguirmos entender isso, seremos melhores em 2010”, destacou Domenicali. Com o nivelamento das escuderias, as equipes mais tradicionais (Ferrari, McLaren) estão mais ameaçadas pelas “pequenas”. Assim, o Force India de Fisichella foi mais veloz que o Ferrari de Raikkonen neste domingo em Spa.
Sem o Kers, este sistema que transforma a energia das freadas em cavalos suplementares que somente a Ferrari e a McLaren possuem, Fisichella teria provavelmente cruzado a linha de chegada em primeiro, algo impensável há pouco tempo atrás. O único favorito que subiu no pódio neste domingo, o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, se disse feliz por ter “tirado seis pontos” do líder Jenson Button, da Brawn GP, envolvido em um acidente já na primeira volta. “Tudo é possível neste campeonato, até uma vitória da Ferrari”, destacou Vettel.
