Quase 15 milhões de refugiados e pessoas deslocadas vivem hoje em cidades, principalmente nos países em desenvolvimento, informou na segunda-feira o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados Antonio Guterres.
“Quase a metade dos 10,5 milhões de pessoas registradas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) reside hoje em cidades, e ao menos 10 milhões de pessoas deslocadas e de refugiados que voltam do exílio estariam também em zonas urbanas”, disse Guterres. “Preciamos abandonar a imagem antiquada segunda a qual a maioria dos refugiados vive em imensos acampamentos”, acrescentou.
Segundo o Acnur, cada vez mais refugiados se vêm obrigados a viver em bairros precários ou favelas populosas, com pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde e ajuda social. A maioria deles não tem outra opção para ganhar a vida senão trabalhar na economia paralela, com risco de exploração.
Estimativas recentes indicam que a capital afegã, Cabul, está sete vezes mais povoada do que em 2001 em entre estes novos habitantes, muitos são “ex-refugiados que voltaram” ou “deslocados que fogem da violência em outras regiões do país”. “As cidades de Bogotá (Colombia) e Abidjan (Costa do Marfim) receberam centenas de milhares de vítimas de conflitos que se instalam em bairros insalubres”, disse a Acnur.
