Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Quem tem medo do feminismo?

A Feminista Durona: a instabilidade em que vivemos

Apresentamos a Feminista Durona…

A luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens não é recente e tem uma longa história. Começa quando as mulheres se perguntam por que razão elas são consideradas como cidadãs menores, tendo menos oportunidades que os homens. Há direitos que hoje as mulheres têm, e que as pessoas acham naturais, mas que foram conquistados com muita luta e esforço, por exemplo, o direito ao voto.

A Nova Zelândia foi o primeiro país que autorizou o voto feminino, em 1893, na sequência de um movimento de mulheres. Em 1918, a Inglaterra seguiu-lhe o exemplo, em 1932 foi a vez do Brasil, mas na França, só em 1945 as mulheres votaram pela primeira vez, enquanto em Portugal, apenas em 1976 foram abolidas todas as restrições ao voto feminino.

Em Moçambique, foi após a independência que as mulheres e os homens ganharam pleno direito de voto. Mas a luta pelo direito de voto é só uma parte dos combates que as mulheres em todo o mundo travaram e continuam a travar pelo seu reconhecimento como seres humanos com plenos direitos. Quer-se igualdade no acesso à educação, no acesso à terra, ao emprego, na família, e em todas as esferas da vida.

Não se pretende ter mais direitos do que os homens, o que se quer é IGUALDADE. Mas a sociedade, organizada e estruturada pela dominação masculina, nunca viu com bons olhos as mulheres que se atrevem a exigir direitos e igualdade. Estas mulheres são consideradas pouco femininas, com mau carácter e até perigosas, porque ousam sair da norma e contestam a ideia de que devem ser os homens a mandar e a decidir sobre as suas vidas. Podemos constatar isto se repararmos na maneira como é encarado o termo “feminista”. É tão mal visto, que muitas pessoas que defendem e lutam pela igualdade têm receio de serem chamadas de feministas.

O feminismo sustenta a ideia de que as mulheres são seres humanos e que, como tal, devem ter os mesmos direitos do que os homens. O feminismo não é o contrário de machismo, porque o machismo defende a continuidade dos privilégios masculinos. E atenção, privilégio não é a mesma coisa que direitos. O privilégio é adquirido através de uma posição de poder e “come” os direitos dos outros. Por isso, feminista é uma pessoa (homem ou mulher) que concorda e defende a igualdade de género. Não a supremacia de uns sobre outros, mas igualdade simplesmente.

Com a finalidade de desafiar esta visão negativa do termo feminista, a WLSA Moçambique criou um personagem para a sua Agenda Mulher 2014: a FEMINISTA DURONA. A FEMINISTA DURONA é aquela que luta pelos direitos das mulheres e responde aos insultos e ataques de quem não concorda com a igualdade. Mas também arranja tempo para estudar, para se divertir e para amar. E também sonha. Porque se não sonharmos que um outro mundo é possível, como poderemos ter esperança?

A Feminista Durona adora dançar.

Apesar de todas as dificuldades, as pessoas devem aproveitar as oportunidades que surgem para se divertirem, seja dançando, seja passeando, seja conversando com amigos ou amigas, ou da maneira que melhor lhes aprouver.

“Eu é que decido como é que me quero vestir”.

O vestuário das mulheres é muito controlado na família, no bairro, na escola ou no serviço. Muitas pessoas dizem que as mulheres não podem usar saias curtas ou mostrar os braços. Isso é uma maneira de limitar os direitos das mulheres a vestirem-se de acordo com as suas preferências e gostos.

A Feminista Durona luta contra a poligamia.

A poligamia é uma forma de união em que um homem vive maritalmente com duas ou mais mulheres. Este tipo de união põe em causa a igualdade da mulher e do homem na família, dando preponderância à chefia masculina. Esta é uma forma de discriminação contra as mulheres.

A Feminista Durona acha que não há nada tão sexy como um homem feminista.

Ao contrário do que se diz, as mulheres não gostam de apanhar. E quando se casam, não querem um patrão mas um companheiro.

Dados Rápidos:

• A Constituição da República de Moçambique garante a não discriminação em razão de sexo e a igualdade do homem e da mulher em todas as esferas da vida, pública ou privadas.

• A Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW) foi ratificada por Moçambique em 1997.

• O Protocolo dos Direitos das Mulheres à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, ratificado por Moçambique, assegura a igualdade de direitos e responsabiliza os Estados para garantir que nem na lei, nem nas práticas, as mulheres continuem a ser discriminadas.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!