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Província de Gaza prepara-se para as cheias de 2014

A Administração Regional de Águas do Sul de Moçambique (ARA-Sul) está a desenvolver acções tendentes a melhorar a coordenação de esforços junto de vários intervenientes para uma adequada monitoria da próxima época chuvosa na bacia do Limpopo visando prepará-los no sistema de aviso prévio.

Segundo o jornal Domingo, o pressuposto desta acção teve lugar recentemente, em Xai-Xai, província de Gaza com a intenção de se partilhar a informação de modo a assegurar-se a reabilitação das infra-estruturas danificadas pelas cheias na bacia do Limpopo, apresentar os mecanismos internos de implementação interna e garantir-se a informação a nível da jusante e do território nacional para também se verificar como é que os utentes podem a ela aceder atempadamente.

Depois da previsão feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) realizou-se o primeiro comité de bacia do Limpopo em Outubro passado que incluiu a participação de instituições governamentais, líderes locais e utentes que beneficiaram de informações importantes relativas à previsão do comportamento dos rios que fazem parte desta bacia do Limpopo para que os respectivos membros do comité sejam capazes de assegurar que as informações cheguem eficazmente aos utentes.

De acordo com o semanário, estabeleceu-se um memorando de entendimento, em parceria com a GIZ, na base do qual a rede de informação ao nível da bacia do Limpopo foi melhorada como forma de fazer com que as comunidades locais instaladas em zonas que contenham estacões hidrográficos sejam as primeiras a terem acesso e a interpretação da informação importante. Deste modo, garante-se que a ligação pretendida entre a informação da ARA-Sul e dos comités locais de gestão de riscos estabelecidos no sistema de gestão de calamidades implanta-se e se consolida.

Importante aspecto a ter em conta neste processo é também fazer com que os níveis de decisão que transmitem e disseminam a informação façam tudo para que as comunidades locais não sejam encontradas de forma desprevenida, adoptando-se sabedorias e outras ferramentas existentes ao nível do sistema que permitam assegurar uma melhor planificação antes da ocorrência deste tipo de evento.

Porque existem agora sinais evidentes de que os caudais dos rios Incomati e Maputo tendem a subir consideravelmente, o director geral da ARA-Sul, Belarmino Chivambo, disse que ocorrem, simultaneamente, medidas estruturais e não estruturais para se colmatar eventuais efeitos nefastos, resultantes do fenómeno.

Ao nível estrutural, existem acções de reabilitação de infra-estruturas danificadas pelas cheias de Janeiro ultimo na bacia do Limpopo que são apoiadas pelo Governo.

Fora estas acções, nas bacias em que se regista barragens de armazenamento de água, o sector procedeu a descargas para se garantir que as mesmas barragens reduzam a capacidade de armazenamento e criem uma outra para o amortecimento das ondas de cheias que possam advir, permitindo o corte dos picos e descarregamento gradual das águas.

Contudo, existem casos de bacias como os dos rios Maputo, Incomati e dos Elefantes que não têm qualquer barragem de armazenamento e, nestas circunstâncias, a aposta tem sido de intervir em cenários não estruturais que consistem no reforço dos sistemas de previsão ao nível do território nacional e dos países vizinhos da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC) e ao abrigo dos protocolos existentes entre os comités conjuntos estabelecidos para esses rios que já culminaram com a actualização dos pontos focais para a transmissão da informação a partir dos referidos países.

Neste sentido, em todas as bacias foram realizados encontros técnicos que permitiram já que, diariamente, seja feita a recolha pontual de informação entre os países ao montante e o território moçambicano, com vista a coordenar-se acções para que a informação chegue atempadamente.

Outro investimento feito pela ARA-Sul foi a reabilitação da rede informativa outrora existente, já que, por causa das cheias, grande parte dos estacões hidrográficas localizadas em zonas vulneráveis ficaram danificadas, tendo, igualmente, se assegurado a inspecção de todo o sistema de comunicação de rádios, já foram inspeccionados e que estão a ser redundados por um outro sistema de telefonia móvel que substitui as rádios, em casos de falhas.

“São mecanismos que temos vindo a aperfeiçoar e, por orientação da Direcção Nacional de Aguas (DNA), conjugando com os planos internos institucionais, temos estado a produzir boletins diários que descrevem a situação prevalecente prevêem períodos posteriores”, afirmou Belarmino Chivambo ao jornal Domingo.

Estes boletins informativos são sistematicamente distribuídos em todas as instituições ligadas ao sector bem como aos utentes ao nível das bacias hidrográficas de modo a obterem informações adequadas em tempo útil. Neste momento, decorre a bom ritmo a construção de dois descarregadores auxiliares das cheias da barragem de Massingir, tendo sido feitas as escavações em rocha para depois se seguir a betonagem, esperando-se pela conclusão no próximo ano.

Os custos do empreendimento são de 29 milhões de dólares americanos disponibilizados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pelo Governo moçambicano.

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