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Protestos tomam ruas do Haiti após resultado de eleição

Protestos tomam ruas do Haiti após resultado de eleição

Milhares de manifestantes causaram distúrbios esta quarta-feira na capital do Haiti, em protesto contra o resultado da primeira volta das eleições presidenciais. Testemunhas disseram que a sede da coligação governista, acusada pelos manifestantes de fraudar a votação, foi incendiada. Pelo menos duas pessoas morreram na onda de violência, que parece ter anulado a esperança internacional de que as eleições, que tiveram apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), poderiam criar uma nova liderança estável para o Haiti, país que tenta se recuperar de um forte terremoto em janeiro.

O caos se instalou em Porto Príncipe quando seguidores do candidato derrotado Michel Martelly, um músico popular no país, montaram barricadas com paus, pedras e pneus em chamas por toda a cidade. A polícia usou gás lacrimogêneo para impedir que a multidão se aproximasse da sede do Conselho Eleitoral Provisório no bairro de Petionville, segundo testemunhas.

Os resultados preliminares da turbulenta primeira volta, realizado em 28 de novembro, indicaram a realização de um segundo turno, em janeiro, entre a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o governista Jude Celestin. Martelly, que já havia acusado o presidente René Préval e seu candidato de tentarem manipular os resultados, ficou em terceiro lugar.

Observadores eleitorais e a mídia regional vinham informando que o segundo turno deveria ser disputado por Manigat e Martelly, sem a presença de Celestin. A embaixada dos EUA em Porto Príncipe disse que o resultado oficial é “inconsistente” com a contagem de votos acompanhada por “numerosos observadores internos e internacionais”.

Em nota divulgada na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou preocupação com as “acusações de fraude”, e lembrou que ainda cabem revisões. Pela lei haitiana, os candidatos têm 72 horas para impugnar os resultados após sua proclamação. Por causa dos distúrbios, escolas e empresas ficaram fechadas nesta quarta, e muitos moradores preferiam não sair de casa.

O tráfego nas ruas praticamente se limitava aos veículos da força de paz ONU e da polícia. A comunidade internacional esperava que a votação haitiana resultasse na eleição de um governo sólido, capaz de estabilizar o Haiti – país mais pobre das Américas, com amplo histórico de turbulências políticas, que se recupera de um devastador terremoto em janeiro e sofre atualmente uma epidemia de cólera.

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