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Protestos ocorrem na Índia com execução de militante por ataque ao Parlamento

A Índia enforcou um militante da Caxemira neste sábado pelo ataque à sede do parlamento do país em 2001, causando conflitos na Caxemira entre centenas de manifestantes e policiais que usavam cassetetes e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

O presidente Pranab Mukherjee rejeitou uma petição de misericórdia de Mohammad Afzal Guru e ele foi enforcado na prisão Tihar, na capital Nova Déli. Prevendo agitação, as forças de segurança haviam imposto um toque de recolher em partes da Caxemira, assolada por distúrbios, e determinou que as pessoas não saíssem na rua.

A Índia culpou os militantes apoiados pelo Paquistão pelo ataque de 2001 ao parlamento da maior democracia do mundo, cujos alvos seriam o primeiro-ministro, o ministro do interior e legisladores, no que foi um dos piores ataques de militantes do país. O Paquistão negou qualquer envolvimento e condenou o ataque, mas a tensão aumentou drasticamente e colocou os rivais nucleares perigosamente perto de sua quarta guerra.

Quase um milhão de soldados foram mobilizados nos dois lados da fronteira e temores de guerra só foram dissipados alguns meses depois, em junho de 2002. O enforcamento foi determinado menos de três meses depois de a Índia executar o único pistoleiro sobrevivente de um ataque de 2008 à cidade de Mumbai, onde 166 pessoas morreram.

A execução de sábado poderia ajudar a rechaçar as críticas da oposição ao partido governante no Congresso, de ser benevolente demais com a militância, enquanto ele se prepara para uma série de eleições estaduais este ano e uma eleição geral que deve acontecer até 2014, enquanto luta contra uma desaceleração económica.

“O Congresso decidiu ser mais pró-ativo devido às eleições, não só em termos de política econômica, mas também em questões como o enforcamento de Afzal Guru,” disse Amulya Ganguli, analista político. “O Congresso agora privou o BJP de uma plataforma política,” ele disse, se referindo ao principal partido de oposição.

Autoridades do governo rejeitaram as insinuações de que a política eleitoral tenha influenciado na decisão de executar Guru. Nas maiores cidades da Caxemira indiana, onde as forças de segurança lutam contra uma insurgência separatista há décadas, foram erguidas barricadas e centenas de policiais e membros da força paramilitar ficaram de prontidão.

“O enforcamento de Afzal Guru é uma declaração de guerra da Índia”, disse Hilal Ahmad War, líder de uma facção separatista. As autoridades bloquearam os serviços de internet e sites de redes sociais, para tentar evitar que a agitação se espalhasse.

O ministro-chefe de Jammu e da Caxemira, Omar Abdullah, fez um apelo na TV pedindo calma.

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