O projecto de nova Constituição obteve 92,26 porcento de votos favoráveis contra 7,73 porcento contra, no termo do referendo organizado a 25 de Outubro último no Congo, abrindo assim a via ao Presidente congolês, Denis Sassou Nguesso, para disputar um terceiro mandato em 2016.
Segundo os resultados anunciados esta terça-feira pelo ministro congolês do Interior e Descentralização, Raymond Zéphirin Mboulou, um total de um milhão e 212 mil 471 Congoleses, ou seja 92,26 porcento, votaram favoravelmente. O “não” obteve 101 mil 599 votos, representando 7, 73 porcento, indicou o governante congolês, acrescentando que a nova Constituição entrará em vigor e será executiva logo após a sua promulgação pelo chefe de Estado, Denis Sassou Nguesso.
Segundo ele, a taxa de participação foi de 72,44 porcento. A oposição a Sassou Nguesso, que qualifica este referendo de “golpe de Estado constitucional” destinado unicamente a permitir ao Presidente permanecer no poder, apelou aos Congoleses para “rejeitar” esta consulta popular.
Os opositores boicotaram este referendo e dizem não se reverem nestes resultados publicados pelo ministro do Interior. “Achamos que estes resultados foram manipulados pela Comissão Nacional de Organização das Eleições (CONEL). Não nos reconhecemos nestes resultados”, declarou André Galibaki, um dos líderes da Frente Republicana para o Respeito da Ordem Constitucional e Alternância Democrática (FROCAD), contactado por telefone em Brazzaville.
Nascido em 1943 e eleito em 2002 e 2009, Sassou Nguesso, que acumula mais de 30 anos no poder, dirigiu antes o país de 1979 a 1992 antes de voltar ao poder no termo da guerra civil de 1997.