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Proibição de viagens para combater o Ébola é irracional, segundo o chefe da Cruz Vermelha

O fecho das fronteiras não vai efectivamente reduzir as infecções por Ébola, disse, esta quarta-feira (22), o chefe da Cruz Vermelha, Elhadj As Sy, no meio do debate sobre se a proibição de viagem aos países africanos mais atingidos ajudaria a combater a propagação do vírus mortal.

O actual surto da febre hemorrágica altamente contagiosa, que se acredita que tenha origem em morcegos da floresta, é o pior já registado, tendo matado mais de 4.500 pessoas, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa.

Os viajantes da região infectaram pessoas nos Estados Unidos, na Espanha e na Nigéria, o que levou alguns líderes, incluindo alguns congressistas norte-americanos, a pedirem a proibição de viagens à África Ocidental. O secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha, Elhadj As Sy, disse que tais restrições não fariam sentido.

“Ele (Ébola) cria muito medo e pânico extremo que, por vezes, levam a tipos muito irracionais de comportamentos e medidas, como o fecho das fronteiras, o cancelamento de vôos, isolamento de países etc”, declarou Sy a repórteres em Pequim, onde a Federação, a maior rede humanitária do mundo, está a realizar um encontro.

“Isso não é solução. A única solução é como podemos unir os nossos esforços para conter esse tipo de vírus e epidemias no seu epicentro, exactamente onde começaram.”

Sy disse acreditar ser possível conter a doença em quatro a seis meses, se forem implementadas práticas adequadas, mas que um investimento adicional em infraestrutura de saúde na África Ocidental seria necessário para evitar futuros surtos.

Sy junta-se aos líderes mundiais, incluindo o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em expressar oposição contra tais restrições de viagem. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que até agora não recomendou restrições de viagem ou comerciais nos países da África Ocidental, vem alertando para a possibilidade de 5.000 a 10.000 novos casos do Ébola, no total, a cada semana até Dezembro.

Os especialistas em saúde alertam que as restrições excessivas sobre as viagens aéreas podem ter consequências económicas graves que poderiam desestabilizar a região e, possivelmente, interromper os serviços essenciais humanitários e de saúde.

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