Na Função Pública há funcionários ainda sem salário do mês de Novembro, sobretudo professores, dos quais os do distrito de Morrumbala, na província da Zambézia, e Nampula, até a tarde desta quinta-feira (05) ainda esperavam, impacientemente, pelos seus ordenados. Ministério da Finanças não fala sobre este atraso no salários de milhares de moçambicanos.
Para além de que na semana passada vários funcionários da Função Pública se queixaram dos mesmos atrasos na capital do país, alguns docentes de Morrumbala e distritos de Nampula, contactados pelo @Verdade, explicaram que, em regra, os seus vencimentos são canalizados para as contas bancárias até 28 de cada mês. Contudo, em Novembro nada disso aconteceu, por isso, estão aflitos porque os seus dependentes dependem dos mesmos valores para sobreviverem.
Ernesto Massango, professor na cidade de Quelimane, é um homem sem palavras por ainda não ter auferido o seu vencimento. Todavia, ele pretende saber quando é que vai ser pago, pois caso o atraso persista até à data do salário do mesmo em curso, duvida de que Governo consiga remunerar os meses de Novembro e Dezembro em ao mesmo tempo.
Aventina Nhabete, funcionária pública na província de Nampula, não escondeu, também, a sua insatisfação em ralação ao problema, tendo dito que há rumores de que o salário de Dezembro vai igualmente atrasar. Além de não despor de meios para cobrir as despesas da sua família, neste momento, ela receia que não esteja em condições de passar condignamente as festas do Natal e da transição do ano.
Ricardo Banze, director de uma das escolas em Morrumbala, disse-nos que “não faz nenhum sentido o Estado não honrar cabalmente os seus compromissos. Houve dinheiro para as eleições anuladas em Nampula, e qual é a justificação para não pagar aos docentes a tempo útil o magro salário? Isso parece-me cinismo da parte do Governo.”
Noutros sectores da Função Pública, tais como Saúde, até esta segunda-feira não havia salários. Desesperados, os empregados afectados denunciaram o problema de várias formas, dentre as quais as redes sociais.
Para perceber os motivos destes atrasos, o @Verdade contactou as direcções das Finanças e dos Recursos Humanos no Ministério das Finanças, onde em vez do esclarecimento do problema, fomos “jogados” de uma pessoa para outra, supostamente porque os indivíduos que deviam se pronunciar a respeito do assunto não estavam nos seus lugares de trabalho. E houve quem, invocando o processo da descentralização na Administração Pública, recorreu a formas impróprias para um servidor público, para nos aconselhar a nos dirigirmos a Morrumbala com vista a saber por que razão os salários ainda não foram pagos.
Questionamos o Ministro das Finanças, no Parlamento moçambicano, mas Manuel Chang escusou-se a responder a razão deste atraso dos salários de vários funcionários públicos moçambicanos.