Kasey Hansen, uma professora de educação especial de Salt Lake City, no Estado norte-americano de Utah, disse que levaria um tiro por qualquer um dos seus alunos, mas, se estivesse diante de um homem armado a ameaçar a sua classe, ela preferiria ser capaz de reagir disparando.
Quinta-feira (27), ela era um dos 200 professores de Utah que reuniram-se numa arena de desportos para receber instrução sobre o manuseio de armas de fogo, dada por activistas pró-armas, segundo os quais os educadores armados poderiam ter uma chance de impedir tiroteios fatais e indiscriminados nas escolas.
O evento foi organizado pelo Conselho do Tiro Esportivo de Utah, em resposta aos disparos de um atirador em Newtown, no Estado de Connecticut, este mês, que mataram 20 crianças e seis funcionários da escola Sandy Hook.
O conselho diz que normalmente atrai cerca de 16 professores a cada ano para os seus cursos de formação para armas que o cidadão tem direito de portar em público.
Mas o evento da Quinta-feira perto de Salt Lake City, organizado especialmente para os educadores após o massacre de Newtown, atraiu o interesse de centenas de pessoas, e a classe foi restrita a 200 por causa das limitações do espaço.
“Sinto que eu levaria um tiro por qualquer aluno no distrito escolar”, afirmou Kasey, professora de educação especial numa escola de um distrito de Salt Lake City, que falou à Reuters após a sessão de treinamento.
“Se nós um dia tivermos de enfrentar um atirador como o de Connecticut, estarei totalmente preparada para responder com a minha arma”, disse ela, acrescentando que planeia comprar uma arma em breve e levá-la para o trabalho.
O massacre de Newtown reacendeu um debate nacional sobre segurança armada. O presidente Barack Obama indicou que dará apoio ao restabelecimento de uma proibição nacional de armas como fuzis e instou o Congresso a agir.
A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) defendeu a colocação de guardas armados nas escolas e rejeita novas medidas de controle de armas.
A Associação Nacional de Educação e algumas autoridades do sector escolar criticaram a atitude da NRA, mas a entidade recebeu uma recepção calorosa em algumas partes do oeste dos EUA, onde a caça e as armas predominam.
Utah é um dos poucos Estados que permitem que as pessoas com porte de arma a carreguem nas instalações escolares, segundo a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais.
No Arizona, o procurador-geral Tom Horne entrou, Quarta-feira, no debate sobre a segurança escolar ao propor permissão para qualquer escola treinar e armar o seu director ou outro membro da equipe.
O plano, apoiado por pelo menos três magistrados, exigiria a aprovação pelo Legislativo e o governador republicano do Estado, Jan Brewer.