Os produtores de castanha de caju do distrito de Nangade, na província nortenha de Cabo Delgado, poderão deixar de comercializar a sua produção na vizinha Tanzânia com a instalação de uma unidade de processamento local , num futuro muito breve.
Melchior Focas, administrador do distrito de Nangade, diz que o empreendimento irá conferir um maior valor acrescentado àquele produto, criar posto de trabalho e poupar os produtores de percorrer longas distâncias para vender sua castanha na Tanzânia.
Segundo anuncia o jornal “Noticias”, a fábrica, cuja construção é um donativo do Governo indiano, já se encontra na sua fase conclusiva, acreditando-se que as obras terminem antes do final do corrente ano.
Com um parque composto por cerca de 1,8 milhão de plantas, (registo de 2011), o distrito de Nangade, localizado na margem do rio Rovuma, na região fronteiriça com a Tanzânia, é considerado o maior produtor de castanha de caju em Cabo Delgado.
Segundo Focas, na presente campanha de comercialização de caju, Nangade produziu 7,1 mil toneladas, contra a meta inicial 6,6 mil toneladas do Instituto Nacional de Caju (INCAJU).
O interlocutor admitiu que nem toda a castanha produzida no seu distrito era consumida no mercado nacional, razão pela qual uma parte acabava transpondo a fronteira para alimentar as fábricas de processamento da Tanzânia, um cenário que se pretende inverter com a construção desta unidade de processamento em Cabo Delgado.
Focas explicou que esta tendência de vender a castanha naquele país vizinho tem estado a reduzir nos últimos tempos, em consequência da estabilidade dos preços de compra no mercado nacional.
Revelou que na última campanha de comercialização (2010/2011), os volumes “perdidos” a favor da Tanzânia baixaram de duas mil para 800 toneladas.
Segundo Focas, em Nangade, a castanha de caju constitui um produto de rendimento muito importante, o que tem estimulado os camponeses a investir na plantação de cajueiros.
