A produção industrial japonesa aumentou 8,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro, o ritmo mais acelerado dos últimos 56 anos, de acordo com os dados publicados esta quinta-feira, que trouxeram a esperança de uma retomada da segunda economia mundial.
A alta da produção do período abril-junho foi a maior desde 1953, e representou uma virada em relação à queda recorde de 22,1% registrada no primeiro trimestre do ano, indicou o governo. “É seguro que a taxa de crescimento do trimestre abril-junho vai melhorar significativamente”, declarou nesta quinta-feira Tadao Noda, membro do comitê de política monetária do Bando do Japão, a um grupo de empresários.
“Mas não podemos deixar de ser cautelosos”, advertiu. “O Produto Interior Bruto (PIB) japonês registrará um crescimento positivo sólido no período abril-junho após uma contração interanual recorde do 14,2% no primeiro trimestre”, declarou o economista do UBS Takuji Aida. “A produção está aumentando, a medida que aumenta a demanda chinesa. Espera-se ainda que a economia americana cresça no período julho-setembro”, acrescentou Aida.
O Japão entrou em recessão no segundo trimestre de 2008, quando os consumidores dos mercados estrangeiros deixaram de comprar veículos, bens de alta tecnologia e outros produtos que propiciaram a recuperação econômica japonesa após a recessão dos anos 1990. As montadoras, em particular, reduziram a produção e demitiram milhares de trabalhadores devido à queda da demanda, mas agora estão voltando a aumentar a produção, e se desfizeram de boa parte de seus estoques.
Takehiro Sato, economista do banco Morgan Stanley, disse esperar um aumento da produção na indústria automobilística em julho, assim como uma “expansão relativamente forte na indústria do aço”. A produção automobilística japonesa caiu 34% ao ano em junho, menos do que a queda de 41,4% de maio, anunciou nesta quinta-feira a Associação de Fabricantes Automotivos do Japão.
Após a contração do PIB em um 14,2% ao ano no primeiro trimestre deste ano, dados recentes apontam para uma recuperação. O superávit comercial cresceu em junho pela primeira vez em 20 meses, com a redução da queda das exportações. A produção industrial aumentou ainda 2,4% em relação ao mês anterior, após alta de 5,7% em maio.
Os planos de estímulo nos Estados Unidos, na China e no Japão parecem estar surtindo efeito, embora as preocupações sobre as perspectivas da economia continuem existindo.
O Japão publicará em 17 de agosto os dados do PIB do segundo trimestre.