A Procuradoria-Geral do Egito começou, esta Terça-feira (9), a investigar 650 pessoas suspeitas de envolvimento na violência que matou dezenas de pessoas à frente de um complexo militar no Cairo, Segunda-feira, informou a agência de notícias estatal.
Pelo menos 55 pessoas foram mortas, Segunda-feira, quando os soldados abriram fogo contra uma multidão que protestava contra a derrubada do presidente Mohamed Mursi pelos militares, semana passada.
A Irmandade Muçulmana, instituição a que Mursi pertence, e sobreviventes da violência disseram que estavam a realizar pacificamente as preces da madrugada quando as forças de segurança começaram a disparar contra eles, sem que tivessem sido provocadas.
Os militares afirmam que homens armados atacaram soldados na área ao redor do complexo da Guarda Republicana, causando a morte de um militar e ferimentos a outros 42.
A agência estatal egípcia de notícias Mena informou que os suspeitos estão a ser acusados de crimes como assassinato, tentativa de assassinato, “vandalismo”, porte de armas e munição sem licença, obtenção de explosivos, comprometimento da segurança pública “com finalidade terrorista” e bloqueio de vias.
A notícia não especifica quem está sob investigação, mas refere-se ao incidente como “um ataque de grupos terroristas contra soldados e oficiais das Forças Armadas”.
O governo interino do Egito anunciou, Segunda-feira, ter formado um comité judicial para investigar a matança, que aprofundou a turbulência política na qual o Egito está mergulhado desde o levante que em 2011 derrubou Hosni Mubarak.