Um procurador distrital da província de Inhambane, sul de Moçambique, é acusado de extravio de três cheques da Direcção Provincial do Plano e Finanças (DPPF), com valores totalizando 508 mil meticais, o equivalente a cerca de 18 mil dólares norte-americanos.
Trata-se do polémico procurador chefe do distrito de Govuro, Mário Cândido Marione, que recentemente foi condenado pelo Tribunal Provincial de Inhambane por condução ilegal e agora tem processo em curso no Ministério Público devido a um caso de agressão com um agente da Polícia.
Segundo a Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional, os cheques, emitidos a favor de Mário Cândido Marione a 7 de Dezembro de 2011, foram extraviados do departamento de Fundos Externos da DPPF.
Injectado pelo banco alemão KFW, este valor destinava-se ao financiamento de algumas actividades dos governos distritais e dos conselhos municipais.
O dinheiro foi levantado em três agências do Millennium Bim nas cidades de Maputo e Matola, a mais de 400 quilómetros do local de crime, com recurso ao uso de cheques com o nome do procurador, e ainda com assinaturas falsas, incluindo a do director provincial do Plano e Finanças, Júlio Muioacha.
Solicitado a explicar como teve acesso aos cheques, o procurador de Govuro disse ter ficado algum tempo sem o seu respectivo bilhete de identidade e que terá sido nesse período que indivíduos de má fé aproveitaram o seu documento para a prática deste crime.
Contudo, a DPPF responsabilizou o Millennium Bim, maior instituição bancária do país, por não ter observado algumas regras acordadas para o pagamento de cheques emitidos institucionalmente, o que permitiu a ocorrência desta fraude.
As regras estabelecem que, ao receber os cheques, o banco devia ter consultado o cliente, como tem sido habitual. Não tendo observado essa regra, esta instituição exigiu a restituição do dinheiro roubado e o banco pagou a sua dívida em Junho último.