O Instituto moçambicano de Investigação Agrária (IIAM) está a procura de pesquisadores com projectos destinados a combater as doenças que afectam os coqueiros no país. O amarelecimento letal do coqueiro é uma das doenças que tem vindo a dizimar diversas plantas nos últimos anos. Depois da secura do coqueiro por esta doença, a árvore torna-se num viveiro de escaravelho rinoceronte, praga que depois ataca outras plantas vizinhas.
A província central da Zambézia, o maior palmar do país, é uma das vítimas dessas doenças, havendo empresas que já reduziram a sua produção e mão-de-obra por causa da diminuição do coco, que constitui a sua matéria-prima. Estimativas do IIAM indicam que nas províncias de Nampula (Norte do país) e Zambézia existem 120 mil hectares de coqueiros, dos quais cinco mil encontram-se em risco de serem atingidas por estes dois problemas.
Apesar de não haver estudos profundas sobre esta matéria, o cenário actual indica que entre 10 mil a 15 mil coqueiros poderão desaparecer nos próximos anos. É nesse contexto que a Unidade de Bolsas Competitivas para a Investigação Agrária em Moçambique do IIAM (Compete) lançou este concurso para seleccionar pesquisadores que devem encontrar formas de resolver este problema e de assegurar a reinserção social dos camponeses durante o tempo de desenvolvimento de novas variedades de coqueiros.
A Compete irá realizar este trabalho em parceria com FISP (Farmer Income Support Project/Projecto de Apoio à Renda Familiar) e tendo o financiamento do Millennium Challenge Account (MCA)– Moçambique. “A Compete procura propostas inovadoras que tragam mudanças tecnológicas práticas para a agricultura, contribuindo para o alívio à pobreza rural, e permitam um alto e rápido impacto, ao combinar melhoramentos das tecnologias agrárias com os interesses do sector privado, as redes de extensão já existentes (governamentais e das ONGs), a disseminação melhorada e adopção de novas tecnologias, e o aumento do investimento nas zonas rurais”, refere o comunicado do concurso do IIAM a que a AIM teve acesso.
“Nesta ronda, a Compete está a solicitar propostas de investigação que abordem temas específicos dentro das prioridades do IIAM e do FISP, com enfoque preferencial para aspectos de maneio e controlo de escaravelho rinoceronte do coqueiro e tecnologias que levem ao aumento da renda do sector familiar, com ênfase em selecção e maneio de culturas alternativas”, lê-se no comunicado.
Os projectos candidatos a este financiamento não devem exceder a 40 mil dólares e deverão ser possíveis de implementar dentro de um período de dois anos, após a assinatura do contrato.
