O ex-primeiro-ministro líbio Ali Zeidan fugiu para a Europa depois de o Parlamento tê-lo destituído do cargo, terça-feira, por causa do seu fracasso em evitar que os grupos rebeldes exportem petróleo por conta própria, num ousado desafio à frágil unidade da nação.
Zeidan permaneceu em Malta por duas horas na terça-feira numa pequena parada antes de ir para “outro país europeu”, segundo declarou o novo primeiro-ministro, Joseph Muscat, à televisão estatal TVM.
As fontes do governo em Malta disseram que ele havia partido num avião particular com destino à Alemanha, mas as autoridades alemãs não puderam confirmar se ele havia desembarcado no país. O impasse sobre o controle das exportações de petróleo permeia disputas regionais e tribais na Líbia, onde as milícias rivais com poderosa base de apoio no leste e no oeste apoiam facções políticas opostas no governo de transição.
As potências ocidentais que apoiaram a campanha da NATO em auxílio da rebelião anti-Muammar Khaddafi, temem que o país, Estado-membro da Opep, possa mergulhar numa maior instabilidade ou até mesmo se fragmentar, com grupos rivais reivindicando o poder e o controle de vastas reservas de petróleo.
O Parlamento destituiu o primeiro-ministro depois de os rebeldes que controlam três portos importantes no leste terem desobedecido as ordens do governo e carregado um navio-tanque de bandeira norte-coreana com petróleo no porto Es Sider, como parte de seus esforços para criar um Estado federal na região oriental da Líbia.