Num universo de aproximadamente 900 mil munícipes de Maputo e Matola que por dia recorrem aos serviços dos transportes de passageiros, cabem à TPM apenas 8,3%, segundo informação facultada ao Primeiro-Ministro pela direcção desta empresa pública.
Durante a visita que realizou esta semana à empresa Transportes Públicos de Maputo, Aires Ali conheceu de perto as fragilidades que afectam aquela instituição. O PM ficou a saber, por exemplo que dos cerca de 900 mil utentes de transportes de passageiros dos municípios de Maputo e Matola que diariamente se sujeitam às mais adversas condições para chegar ao destino, os carros dos Transportes Públicos da capital abocanham apenas 75 mil. “A nossa perspectiva para os próximos dias é aumentar o número de passageiros transportados para 80 mil, com o reforço da nossa frota”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da TPM, Domingos Fernando.
Com uma frota que não está longe de 2.500 viaturas, contra os 189 autocarros dos TPM, os chapas é que ditam as regras do jogo nas principais cidades moçambicanas, Maputo em especial. Este cenário transformou-se num dos maiores desafios do Executivo, sem que se vislumbre para breve uma saída perante a relutância do Governo em pagar o subsídio a que alegam ter direito, juntando-se a anarquia que reina nos transportes semicolectivos de passageiros, que se reflecte não só no encurtamento de rotas, mas também na forma arbitrária como os seus utentes são tratados, quase sempre sem o mínimo de respeito pela dignidade humana.
Nos círculos de opinião pública já se aventa a hipótese de ser esta uma forma de “greve silenciosa” tendente a forçar o Governo a abandonar a obsessão de que não permitirá o aumento de tarifas enquanto o preço do gasóleo não ultrapassar a fasquia dos 21 meticais o litro.
Frota e vias de acesso
Em declarações prestadas aos órgãos de informação no final da visita de Aires Ali, o PCA da TPM disse que a solução para o problema de transportes passa pelo reforço da frota e melhoramento das vias de acesso nos bairros onde esse trabalho é pertinente. “Para minimizarmos o problema, precisaríamos mais ou menos de um reforço de 180 autocarros”, afirmou, acrescentando que com a visita do Primeiro-Ministro “já se pode vislumbrar uma solução para o problema”.
Crescimento populacional
O Primeiro-Ministro relaciona a problemática dos transportes com o crescimento populacional que se registou nas cidades de Maputo e Matola. “Como Governo estamos preocupados com a situação, e é por isso que viemos aqui para ter uma ideia do que é necessário fazer para resolver o problema”, declarou Aires Ali, reconhecendo a importância dos transportes públicos, TPM em particular, na prestação de serviços aos citadinos. Todavia, disse ter ficado satisfeito ao saber que a empresa tem planos para o futuro, como formação de técnicos para a manutenção dos autocarros de diversas marcas que a TPM possui. No total, esta empresa dispõe de 189 autocarros, parte dos quais a operar nas cidades do Xai-Xai, Inhambane e Quelimane.