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Primeira decisão de política monetária do novo Governador do Banco de Moçambique adiada para depois da Missão do FMI

A primeira decisão de política monetária de Rogério Zandamela, empossado no passado dia 2 de Setembro como Governador do Banco de Moçambique(BM), fica adiada para depois da visita da Missão do Fundo Monetário Internacional. Permanecem entretanto mais um mês em alta as taxas de referência que asfixiam os empresários, os cidadãos com empréstimos bancários e não têm contribuído para conter a desvalorização do metical nem a inflação.

“O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique vai realizar a sua 9ª sessão de Política Monetária, à 21 de outubro de 2016” indica um comunicado lacónico do banco central, recebido pelo @Verdade na passada sexta-feira(16), sem referir os motivos do adiamento da reunião que estava agendada pela o passado dia 14 de Setembro.

A última vez que este órgão do BM reuniu-se foi a 12 de Agosto, ainda presidido por Ernesto Gove e na altura decidiu “Manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de liquidez em 7,5%; Manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos em 1,50%; Manter o Coeficiente de Reservas Obrigatórias em 8,0%” e ainda “efectuar intervenções nos mercados interbancários com vista a garantir o cumprimento da meta da Base Monetária em Agosto de 2015 estimada em 60.577 milhões de Meticais”.

Na altura o dólar norte-americano era transaccionado a 77 meticais e o rand acima dos 5,2 meticais, as reservas líquidas eram de 2.613,4 milhões de dólares norte-americanos e davam para “3,86 meses de cobertura das importações de bens e serviços não factoriais quando excluídas as operações dos grandes projectos”.

Zandamela, desde que tomou posse como Governador do BM, não tem tido agenda pública.

O @Verdade apurou que o adiamento pode estar relacionado com a ausência de Rogério Zandamela do País, integrado na comitiva que acompanha o Presidente Filipe Nyusi na deslocação aos Estados Unidos da América onde, entre outros encontros, reuniu com a antiga chefe do Governador do banco central, Christine Lagarde.

Embora o o Presidente de Moçambique tenha desafiado Zandamela, na sua posse, a “criar políticas que garantam a estabilidade do sistema financeiro nacional, bem assim realizar intervenções do lado monetário, que sejam consentâneas com a política fiscal e assegurem a consistência entre a massa monetária e o nível de actividade económica” em termos práticos as decisões de política monetária tomadas pelo BM estão em consonância com as recomendações que o Fundo Monetário Internacional(FMI) tem efectuado para o nosso País.

Aliás uma Missão do FMI que chega a Moçambique na próxima quinta-feira(22) e na sua agenda vai analisar as políticas monetárias adoptadas recentemente pelo Banco de Moçambique. Portanto quando o Comité de Política Monetária reunir pela primeira vez sob a direcção de Rogério Zandamela já terá as recomendações do Fundo Monetário Internacional.

Na passada quinta-feira, após reunir com a directora geral da Instituição de Bretton Woods, o Presidente Nyusi concordou com a realização da auditoria internacional e independente às empresas três estatais que agravaram a Dívida Pública.

Recorde-se que o anterior Governador do banco central, Ernesto Gove, afirmou publicamente o seu desconhecimento de todo o processo de contracção dos empréstimos pelas empresas Proindicus, MAM e EMATUM assim como do uso posterior que foi dado aos mais de 2 biliões de dólares norte-americanos, que não entraram no sistema financeiro moçambicano.

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