A Primeira-Dama moçambicana, Maria da Luz Guebuza, nega as acusações de algumas correntes de opinião, sobretudo da oposição, dando conta que as suas actividades estariam a ofuscar o trabalho do Ministério da Mulher e Acção Social (MMAS).
Falando terça-feira, na cidade da Beira, em conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita de cinco dias a província de Sofala, Centro do país, Maria da Luz Guebuza esclareceu que o trabalho que vem realizando e o do Ministério da Mulher e Acção Social é de complementaridade. “O nosso trabalho e o do Ministério da Mulher e Acção Social é de complementaridade e tem sido muito bom”, explicou ela, respondendo a um jornalista que pediu o comentário dela sobre as acusações segundo as quais ela é “vice-Presidente da República” e que as suas actividades ofuscam o papel do MMAS.
“É esquisito que hajam pessoas fazendo este tipo comentários. Vocês vêem a grandeza deste país e a complexidade dos problemas aqui existentes. Quando chegamos a alguns distritos, vemos as situações muito preocupantes em que as pessoas vivem”, disse a esposa do Presidente da República, sublinhando que “isso mostra que no nosso país há espaço para todos nós trabalharmos”.
Em relação a acusação segundo a qual Maria da Luz Guebuza assume o papel de “vice-Presidente da República”, ela preferiu não comentar, mas esclareceu que, dada a sua agenda de trabalho, o Presidente da República não teria tempo suficiente para visitar e assistir situações de crianças vulneráveis de todo o país. Segundo a esposa do Presidente da República, o seu Gabinete de trabalho foi criado para desenvolver acções de natureza social da Presidência da República.
Falando particularmente sobre a sua visita a província de Sofala, durante a qual escalou a capital provincial bem como os distritos de Caia, Cheringoma e Nhamatanda, Maria da Luz Guebuza considerou de positivo o balanço do seu trabalho naquele ponto do país. Segundo ela, a gala de beneficência promovida Sábado passado, na cidade da Beira, pela Televisão de Moçambique (TVM) decorreu de forma positiva, pois resultou na angariação de diversos bens, incluindo produtos de consumo, para beneficiarem a crianças em situação difícil.
Por outro lado, ela disse ter constatado, nos distritos por si visitados, uma maturidade dos camponeses, pois têm vindo a registar progressos na produção agrícola, contrariamente ao que acontecia no passado em que passavam a vida a pedir ajuda alimentar. Contudo, Maria da Luz Guebuza lamentou a ocorrência de muitos casos de queimadas descontroladas bem como a existência de casos dramáticos de efeitos devastador do HIV/SIDA. Em Nhamatanda, por exemplo, ela disse ter visto diversas crianças órfãs de pais vivendo em famílias substitutas.
No que diz respeito ao combate as queimadas descontroladas, que no ano passado chegaram a matar mais de 30 pessoas e devastar extensas áreas cultivadas nas províncias de Manica e Sofala, a Primeira-Dama disse ser necessário reforçar as campanhas de sensibilização da população sobre os malefícios destes actos humanos. “Temos que reforçar as campanhas de sensibilização sobre as queimadas descontroladas a partir da escola. As crianças são capazes de aprender e fazer a diferença e são elas que vão preservar as florestas”, referiu ela.