A Primeira Dama moçambicana, Maria da Luz Guebuza, enalteceu a cooperação Sul-Sul como complemento da cooperação Norte-Sul e apontou como desafio de desenvolvimento colocar os recursos ao serviço das camadas mais desfavorecidas, de modo a provocar uma mudanca efectiva nas suas condições de vida.
Falando na quinta-feira em Bruxelas, Bélgica, numa das sessões do Fórum Crans Montana subordinado ao tema “O impacto da crise mundial em Africa e as perspectivas da cooperação Sul-Sul”, a Esposa do Presidente moçambicano disse que a cooperação Sul-Sul representa uma significativa força de solidariedade entre os países envolvidos por esta parceria. Acrescentou que através desta cooperação os países podem enfrentar, de forma mais efectiva, os grandes desafios de desenvolvimento, complementando a cooperação Norte-Sul. “Nós os países do Sul temos muito a partilhar em termos de conhecimentos e experiências. O desafio é colocar os recursos ao serviço das camadas mais desfavorecidas nos nossos países de modo a provocar uma mudança efectiva nas nossas condições de vida”, disse.
Segundo Maria da Luz Guebuza, a apropriação do conhecimento é um elemento central desta cooperação porque constitui o meio que garante o acesso a informação capaz de ter impacto positivo na redução das taxas de analfabetismo, melhoria do acesso aos serviços de saúde, bem como para a diminuição das infecção por HIV/SIDA, malária, tuberculose e outras doenças endémicas. Em relação a crise financeira internacional, a Primeira-dama de Moçambique disse que os países em desenvolvimento, particularmente os africanos, adoptaram uma série de ajustamentos para se adaptarem às condições financeiras mais restritivas ao nível internacional. Ao mesmo tempo, esses países tinham de responder ao impacto das crises de alimentos e de combustíveis, referiu.
Ela disse que, para fazer face a essas adversidades, o continente está a recuperar (tal como prevê o Banco Mundial) e Moçambique, particularmente, tem estado a adoptar medidas para atrair investimentos e promover a estabilidade macroeconómica. “Apesar da crise dos 3F’s (Food, Floor and Financial), que teve efeito na redução da exportação de produtos estratégicos do país (alumínio, camarão e energia), Moçambique manteve o seu nível de crescimento, entre os seis e sete por cento ao ano, e uma taxa de inflação de um digito, e o Governo continuou a priorizar as áreas sociais, nomeadamente a educação e saúde, bem como as áreas da agricultura e infra-estruturas, onde se registam avanços significativos nos últimos dias”, disse Maria da Luz Guebuza.
A esposa do estadista moçambicano encorajou os parceiros de cooperação a continuarem a apoiar financeiramente os países em desenvolvimento e desafiou os governos dessas nações a pautarem por uma gestão transparente dos recursos a eles alocados. Esta foi a primeira intervenção da Primeira-dama neste encontro de quatro dias iniciado esta Quarta-feira em Bruxelas e em que Ela participa na qualidade de Prémio da Fundação Crans Montanta 2009. Ainda nesta conferência, Maria da Luz Guebuza irá participar, no Sábado próximo, numa sessão especial sobre o tema “Promoção da Dignidade da Mulher” e “Criação de um Instituto para a Dignidade da Mulher em Africa”.
Dentre vários assuntos, este encontro vai também discutir, na próxima Sexta-feira, o tema “A cooperação Sul-Sul como uma nova ferramenta de cooperação internacional de Africa” num painel que vai contar com a participação da Ministra moçambicana do Ambiente, Alcinda Abreu. Na mesma Sexta-feira, a Fundação Crans Montana vai entregar galardões as personalidades por si distinguidas este ano.