Homens armados suspeitos de pertencerem à seita islamita Boko Haram, mataram no total 29 pessoas em diferentes ataques ocorridos no fim de semana no Estado de Borno, no norte da Nigéria, noticiou, esta Segunda-feira (29), a imprensa local, que cita fontes da Força Militar Especial (JTF).
A maioria dos crimes respondem a uma lógica de represálias da seita contra membros do grupo de autodefesa civil dos Jovens Voluntários (GJV) que se juntaram ao Exército no seu combate contra a Boko Haram num dos três Estados colocados em estado de emergência pelo Governo nigeriano para conter as actividades da seita.
Nove membros do GJV foram abatidos, dos quais quatro na Sexta-feira última em Mainok e cinco no Sábado nas circunscrições de Ajilari, Ngomari e Bulumkutu. Nos dois casos, os jovens voluntários caíram numa emboscada depois de proceder com êxito à detenção de vários membros da seita em fuga, que eles estavam para entregar à JTF.
Segundo o líder do grupo, os jovens conseguiram deter, Sexta-feira, dois suspeitos e estavam a regressar a Maiduguri, capital do Estado de Borno, num cortejo de quatro táxis, por volta da 18:35 locais, quando homens armados os atacaram com armas sofisticadas, matando quatro pessoas, ferindo as outras.
O porta-voz do Exército, tenente Haruna Muhammed Sani, declarou que pelo menos 20 civis morreram, Sábado, em Baga, depois de um grupo de terroristas lançar represálias na cidade, em que, os jovens do grupo de autodefesa detiveram precedentemente vários membros da seita.
Os islamitas de Boko Haram mataram mais de três mil pessoas, essencialmente no norte do país maioritariamente muçulmano, desde o lançamento da sua campanha de pavor em 2009, na sequência do assassinato pela Polícia do seu líder, Mohammed Yusuf.
O Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou a 14 de maio último o estado de emergência nos Estados de Borno, de Adamawa e de Yobe, mais duramente afetados pela insurreção islamita.
Esta decisão provocou o desdobramento em massa de tropas nos três Estados para expulsar os insurretos. Enquanto o Exército afirma ter registado enormes êxitos contra a seita, os islamitas continuaram os seus ataques ainda que menos frequentes do que antes da imposição do estado de emergência.