Os prisioneiros palestinos em Israel aceitaram, esta Segunda-feira, um acordo mediado pelo Egito que visa acabar com uma greve de fome em massa que despertou críticas sobre a política israelita de detenção sem julgamento e ameaçava causar um derramamento de sangue se algum dos manifestantes morresse.
Cerca de 1.600 prisioneiros, um terço dos 4.800 palestinos nas prisões israelitas, começaram a recusar alimentos, a 17 de Abril, num protesto que também incluiu demandas por mais visitas da família e o fim do confinamento solitário.
A campanha pacífica chamou a atenção para a chamada “detenção administrativa”, uma prática que tem atraído críticas internacionais, e despertou temores duma reacção palestina violenta se algum dos manifestantes morresse.
Uma autoridade egípcia envolvida nas negociações disse que, sob o acordo desta Segunda-feira para acabar com a greve de fome, Israel concordou em acabar com o isolamento de 19 presos e suspendeu uma proibição às visitas de parentes dos presos que vivem na Faixa de Gaza, área governada pelo Hamas.
Israel também concordou em melhorar as condições de detenção e de libertar os presos assim que eles cumprirem o prazo da “detenção administrativa” , normalmente de seis meses, a não ser que eles sejam julgados, de acordo com a autoridade.
O porta-voz do Hamas Sami Abu Zuhri confirmou o acordo. Ele disse à Reuters que “os prisioneiros assinaram o acordo depois de as suas exigências terem sido atendidas.”
Israel também confirmou o acordo. “Um acordo foi assinado para encerrar a greve de fome de 28 dias dos prisioneiros palestinos”, disse a Autoridade Carcerária de Israel em comunicado.
As visitas de parentes de Gaza foram suspensas depois de o soldado israelita Gilad Shalit ter sido capturado por militantes palestinos e levado para o território controlado pelo Hamas, em 2006.
Ele foi libertado em Outubro passado em troca de mais de 1.000 prisioneiros palestinos.