A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, frustrada até agora nos seus planos ambiciosos para iniciar o processo de reunificação da península coreana, disse que a porta está aberta para conversações com a Coreia do Norte durante a próxima Assembleia Geral da ONU.
No entanto, Park disse em entrevista que Pyongyang deve mostrar sinceridade na busca de um diálogo construtivo e “praticar o que falar” ao receber uma oferta da Coreia do Sul para o engajamento que visa acabar com um impasse depois de uma década de aproximação.
A Coreia do Norte vai enviar o seu ministro das Relações Exteriores, Ri Yong Su, para a reunião da Assembleia Geral da ONU, a maior autoridade do Estado recluso a participar do evento em 15 anos. Pyongyang não aceitou as sugestões da Coreia do Sul e a imprevisível mídia oficial do Norte publicou insultos a Park. Park disse que não há planos para encontrar-se com autoridades da Coreia do Norte, em Nova York.
“Se a oportunidade de facto surgir e eles realmente tiverem a oportunidade de responder e considerar a nossa oferta, nossa oferta inicial para se envolver em contatos de alto nível e para um diálogo, eu acho que isso seria uma coisa boa”, disse ela na presidencial Casa Azul.
“Se os nossos ministros das Relações Exteriores também forem capazes de dialogar sobre esse ponto em particular, isso também seria uma coisa boa”, acrescentou. Depois de 19 meses no cargo, o Park ainda tem que fazer progressos substanciais para lidar com Pyongyang, liderada por Kim Jong Um, de 31 anos.
Os dois lados estão tecnicamente em guerra uma vez que não foi feito nenhum tratado de paz depois da Guerra da Coreia de 1950-1953. A Coreia do Norte está a manter a sua ameaça de realizar um novo teste nuclear, que seria o quarto.
Os testes nucleares em 2006, 2009 e depois em 2013, bem quando Park estava a preparar-se para assumir o cargo, levaram a uma onda de sanções da ONU à empobrecida Coreia do Norte, espremendo o seu comércio de armas e a fonte de receita.
Apelo a Tóquio
Park também pediu uma “decisão corajosa” por parte do Tóquio para melhorar as relações entre as duas nações. As relações esfriaram profundamente ao longo dos últimos dois anos, em grande parte por conta da questão coreana sobre as “mulheres conforto”, como ficaram conhecidas aquelas que foram forçadas a trabalhar em bordéis militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
A Coreia do Sul afirma que o Japão não aliviou suficientemente o sofrimento destas mulheres e protestou contra a revisão feita por Tóquio de um pedido de desculpas de Março de 1993, que reconhecia o envolvimento das autoridades japonesas em coagir as mulheres.
O governo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que concorda com o pedido de desculpas de 1993, mas que não havia provas documentais directas de que os oficiais militares ou o governo japonês estavam directamente envolvidos nos sequestros de mulheres.
“O que queremos ver é um pedido de desculpas a essas vítimas, bem como uma decisão corajosa por parte da liderança política japonesa de tomar medidas para restaurar inteiramente a honra destas mulheres do conforto que foram vítimas. E fazer isso, eu diria, oferece uma breve rota para aliviar as tensões no nosso relacionamento”, disse Park.